Uma artista plástica de 23 anos, identificada como Kawara Welch, foi presa no início deste mês por stalkear um médico por cinco anos. A perseguição começou em 2019, em Ituiutaba (MG), por meio de mensagens, telefonemas e até na rua. Por questões de privacidade, a vítima não foi identificada.
O caso foi revelado no último domingo (19) em reportagem do Fantástico, na TV Globo. De acordo com o programa, o médico conheceu Kawara em 2018, durante um atendimento no qual ela dizia sofrer de depressão. Após a terceira consulta, ela procurou o médico em outra clínica que ele trabalha.
Kawara então descobriu o número do celular do profissional e passou a enviar dezenas de mensagens e a fazer dezenas de ligações. A jovem chegou a enviar mais de 1.300 mensagens e fazer mais de 500 ligações em apenas um dia.
Segundo o médico, ela também ligava para sua esposa e seu filho, que tinha cerca de 8 anos na época, o que causava pânico total na família, que se sentia constantemente ameaçada.
Stalking: termo ficou popular por causa da Netflix
Stalking é um termo em inglês que se refere a uma forma de perseguição que vai muito além de simples abordagens casuais do dia a dia. A prática passou a ser considerada crime no Brasil em 2021, com pena que varia de seis meses a dois anos de prisão.
O termo se popularizou recentemente por causa da série Bebê Rena, que conta a história de Donny Dunn, que foi alvo de abuso e perseguição. A produção foi lançada em abril, na Netflix, e conta com 7 episódios.
No caso brasileiro revelado no último final de semana, Kawara chegou a abordar o médico na rua, que fugiu na contramão para poder despistar a assediadora. Em 2022, ela invadiu o consultório onde a vítima atendia uma paciente, entrando em confronto com sua esposa.
No ano seguinte, houve outro ataque no mesmo lugar, onde Kawara puxou bruscamente o celular da mão da mulher do médico. Em março do ano passado, a Justiça determinou a prisão preventiva dela pelo furto do celular e por voltar a descumprir as medidas cautelares. Kawara ficou foragida desde então, até ser presa no começo do mês numa faculdade em Uberlândia (MG), onde estudava nutrição.
A polícia investiga como a stalker conseguiu disparar mensagens de dois mil números de celulares diferentes. O delegado Rafael Faria chegou a desconfiar que ela é hacker ou teve a ajuda de um.
A defesa de Kawara nega as acusações e disse que ela chegou a manter um relacionamento com o médico. O advogado do médico nega o relacionamento e o delegado diz que não há nenhum indício de que vítima e stalker tiveram relação.
Stalker ganhou milhares de seguidores nas redes sociais
O caso de Kawara Welch chamou a atenção e foi bastante comentado nas redes sociais neste início de semana. E um dos detalhes mais curiosos foi em relação ao perfil da jovem no Instagram.
Ela mantém uma página aberta na plataforma de fotos e ganhou milhares de seguidores desde o último domingo. De acordo com usuários do X (antigo Twitter), antes da reportagem do Fantástico ser finalizada, Kawara tinha pouco mais de 2 mil seguidores no Instagram.
O número praticamente duplicou em poucas horas e na manhã desta terça-feira (21), ela já conta com quase 8 mil seguidores.
g1 - O Globo