A ex-presidente Dilma Rousseff, atualmente à frente do Novo Banco de
Desenvolvimento (NDB), popularmente conhecido como Banco dos BRICS, anunciou a
liberação de US$ 1,115 bilhão (R$ 5,75 bilhões) em operações de crédito em meio
à tragédia climática que atinge o Rio Grande do Sul.
A informação foi divulgada por Dilma em uma publicação no X (antigo
Twitter), posteriormente compartilhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, ambos do PT.
No post, Dilma apresentou um vídeo e uma tabela detalhando as instituições
financeiras brasileiras que receberam o crédito, os valores e as áreas de
aplicação dos recursos. No entanto, uma reportagem do Estadão mostra que quatro
das seis operações de crédito anunciadas já haviam sido aprovadas antes de
Dilma assumir o comando do NDB em março de 2023.
Essas operações, totalizando US$ 620 milhões (R$ 3,2 bilhões), foram
aprovadas entre 2020 e 2022, durante o governo de Jair Messias Bolsonaro (PL),
sob a presidência de Marcos Troyjo no NDB. Além disso, uma quinta operação de US$
295 milhões (R$ 1,52 bilhão) destinada ao BRDE (Banco Regional de
Desenvolvimento do Extremo Sul) não aparece na lista de projetos em elaboração
ou aprovados pelo NDB.
A sexta operação, no valor de US$ 200 milhões (R$ 1,03 bilhão), lista o
próprio NDB como captador do empréstimo, o que gera uma certa confusão, já que
um banco não costuma emprestar dinheiro a si mesmo.
O processo de aprovação de projetos no NDB é complexo e pode levar meses
ou até anos, similar a outros bancos multilaterais. No Brasil, esse
procedimento envolve análise técnica e financeira, além de garantias do Tesouro
Nacional e aprovação do Senado.
Embora Dilma possa aprovar novos projetos durante sua gestão que
beneficiem o Brasil, especialmente o Rio Grande do Sul, até agora as operações
anunciadas como realizadas sob sua gestão não foram concluídas.
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