BRASÍLIA – O ministro Paulo Pimenta, designado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva para coordenar as ações do governo federal no Rio Grande
do Sul, expôs divergências com o governador do Estado, Eduardo Leite, neste
domingo. Pimenta, que é ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom),
também afirmou que mais discordâncias aparecerão ao longo da resposta às
enchentes.
Lula foi alvo de críticas por escolher Pimenta para o cargo porque o
ministro é cotado para ser candidato a governador em 2026 e é de grupo político
adversário ao de Eduardo Leite. De acordo com críticos, a situação pode causar
uma disputa eleitoral prematura em um momento de desastre.
Neste domingo, Pimenta se colocou contra o projeto do governo estadual
de criar cidades temporárias para receber pessoas desabrigadas pelas enchentes.
"Surgiu agora o debate das tais cidades transitórias. A ideia seria
quatro grandes cidades transitórias, com possibilidade de cada uma delas ter
até 7.500 pessoas, isso é maior do que a grande maioria das grandes cidades do
Brasil. Seriam onde a transição ocorreria", afirmou o ministro. "Temos outra
concepção sobre isso, outra ideia sobre isso", disse Pimenta.
Segundo ele, o desafio será oferecer opções de habitação de maneira ágil
para os afetados. "Esse é o grande debate, como o poder público oferece
dignidade e condição para que as pessoas façam uma transição adequada até
chegar o momento de elas voltarem a ter uma casa. E aí tem visões diferentes,
concepções distintas, que vão aflorar de forma muito intensa a partir dos
próximos dias", declarou Pimenta.
"O Leite falou "precisamos de um plano Marshall". Eu tenho falado desde
o início, chamo de plano RS. Plano de Recuperação Sustentável. Temos que
incluir o tema socioambiental na discussão do projeto futuro tanto da
recuperação da infraestrutura quanto da atividade econômica do Estado", disse o
ministro.
Pimenta também disse que o governo Lula "não fará o jogo da disputa
pequena nesse momento", e que as conversas com o governo do Rio Grande do Sul e
com prefeitos bolsonaristas serão republicanas. "É evidente que na hora em que
a gente senta para discutir as estratégias essas divergências aparecem",
ressalvou.
O ministro falou em live do Canal do Barão no Youtube, respondendo a
perguntas de veículos de comunicação que apoiam o governo Lula.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/