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PL da Política Nacional de Economia Circular já tem assinaturas necessárias para ser votado com urgência na Câmara dos Deputados

Por Blog do Elias Hacker 18/05/2024 às 22:51:17

No final de março, o projeto de lei que institui a Política Nacional de Economia Circular (PNEC), foi aprovado pelo Senado e seguiu para tramitação na Câmara dos Deputados. Agora em maio, a deputada TĂĄbata Amaral (PSB-SP) e o deputado Hugo Motta (REPUBLICANOS-PB) apresentaram requerimentos de urgĂȘncia para a tramitação do PL, que deve ser votado nas próximas semanas.

Além de facilitar a transição econômica a um modelo que gera resiliĂȘncia no longo prazo e permitir o surgimento de novos negócios alinhados à economia circular e a consequente geração de empregos, o projeto de lei também prevĂȘ a criação do Fórum Nacional de Economia Circular (FNEC), composto por representantes do Executivo, da sociedade civil e do setor empresarial, com o objetivo de realizar audiĂȘncias públicas para a elaboração de Planos de Ação estaduais e municipais voltados para a promoção da economia circular.

O Projeto de Lei 1874/2022 é um marco relevante para colocar o Brasil na vanguarda dos marcos regulatórios sobre economia circular no mundo. Vamos lembrar que o Brasil chega nesse tema como um retardatĂĄrio, atrĂĄs de dezenas dos seus vizinhos latino americanos e também de nações de outros continentes, como a Europa e a Ásia que, nos últimos anos, desenvolveram políticas para fomentar a transição da economia de um modelo linear, baseado na extração-transformação-descarte de materiais e produtos, para um modelo circular, baseado na eliminação de desperdício e poluição, circulação de materiais e produtos e regeneração da natureza. Entretanto, o projeto de lei c não só tira o Brasil da posição de retardatĂĄrio, como também o coloca em uma liderança crucial: diferente das políticas da maioria dos outros países, que muitas vezes ainda são limitadas a olhar resíduos e setores manufatureiros, o marco regulatório brasileiro jĂĄ surge para ser aplicado a toda a economia, apontando para o potencial de transformação na indústria, nos serviços, no campo e nos ecossistemas naturais. Coloca, portanto, as bases para uma transição de modelo de desenvolvimento para alinhar o país às urgĂȘncias do presente e do futuro.

Avança o Tratado Global contra a Poluição PlĂĄstica, com expectativa de que texto seja finalizado em novembro, na Coreia do Sul

A quarta rodada de negociações por um Tratado Global Contra a Poluição PlĂĄstica (INC-4) ocorreu de 23 a 29 de abril, em Ottawa, no CanadĂĄ, e reuniu representantes de governos de mais 170 países, sociedade civil e indústrias. Na ocasião, houve avanços no desenvolvimento do texto do tratado sobre plĂĄsticos, que incluiu medidas importantes como design de produto, reutilização e sistemas de refil.

No entanto, persiste a divisão entre os Estados-Membros em relação a regras globalmente vinculativas versus medidas nacionais, assim como a falta de consenso sobre metas de redução na produção de plĂĄsticos primĂĄrios. O objetivo é que esses pontos sejam resolvidos em novembro, na 5° rodada de negociações (INC-5) na Coreia do Sul, que estĂĄ prevista para ser a última rodada.

Nessa rodada de negociações, foi fundamental ver o avanço no desenvolvimento do texto do Tratado, visto que a expectativa é que a próxima rodada de negociações seja a última. Continuamos a encorajar a ambição demonstrada por muitos governos ao longo deste processo de negociação. O Brasil, por exemplo, demonstrou uma postura avançada e de liderança nas questões relativas ao Sul Global. Vimos a inclusão de medidas de design de produto, reuso e sistemas de refil, que são essenciais para resolver a origem do problema da poluição por plĂĄsticos. Esperamos que os governos reconheçam que os países e as regiões se encontram em diferentes fases de desenvolvimento e que, por isso, o Tratado deve assegurar mecanismos de financiamento de países desenvolvidos para países em desenvolvimento. É essencial que haja disposição em torno da transição justa para que o Tratado possa ser efetivamente aplicado.


Metade dos municípios brasileiros não possuem ações contra a crise climĂĄtica

De acordo com estudo de 2023 da Confederação Nacional de Municípios, 50% dos municípios respondentes afirmaram que não possuem nenhuma ação relacionada às mudanças climĂĄticas. Apenas 12,6% possuem plano de ação, adaptação ou mitigação; 8,5% tem legislação sobre o tema; 4,2% possuem meta de redução de emissões de GEE; e 1,9% respondeu que possui monitoramento ou inventĂĄrio de gases de efeito estufa.

A pesquisa foi realizada no período de 16 de janeiro a 22 de fevereiro de 2023, contou com 2.252 municípios respondentes, e teve como objetivo levantar dados e construir um diagnóstico sobre sobre a gestão ambiental dos municípios brasileiros.

A ausĂȘncia de planos de ação, adaptação ou mitigação em metade dos municípios consultados pela CNM demonstra que estamos e podemos continuar cada vez mais suscetíveis aos efeitos das mudanças climĂĄticas. Visto que as cidades são responsĂĄveis por 70% de todas as emissões de gases de efeito estufa (GEE) globalmente, os municípios tĂȘm um importante papel a desempenhar, especialmente no que diz respeito a regulações e políticas que reduzem as emissões.

Além de um plano de ação climĂĄtica, ter um plano de economia circular é fundamental para atingir esse objetivo. Isso porque 45% das emissões globais de GEEs estão relacionados à maneira como os produtos, materiais e alimentos são projetados, produzidos e utilizados. Para resolver essas emissões, precisamos da economia circular. O Projeto de Lei 1874/2022, que institui a Política Nacional de Economia Circular, deve contribuir com essa necessidade, visto que também aponta para a construção de planos estaduais e municipais de economia circular.

Algumas cidades jĂĄ entenderam essa necessidade. Salvador, por exemplo, apresenta estratégias de economia circular no seu plano de ação climĂĄtica com ações voltadas para as compras públicas, infraestrutura e construção, e agricultura, alimentação e gestão de resíduos.

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