O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou
na sexta-feira (17) pedido de liberdade feito pela defesa e manteve a prisão
preventiva de Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Federal do Rio de Janeiro e
um dos acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista
Anderson Gomes.
Rivaldo Barbosa está preso desde 24 de março, junto com o deputado
federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas
do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão. Os três são suspeitos de terem
arquitetado o assassinato; eles negam envolvimento com o crime.
Na decisão, Moraes considerou que a periculosidade social e a gravidade
das condutas atribuídas a Barbosa justificam a manutenção da prisão.
Segundo o ministro, as provas que embasaram o pedido de prisão indicam
que o delegado Rivaldo, então supervisor de todas as investigações de
homicídios da região metropolitana do Rio, teria sido cooptado pelos irmãos
Brazão, para que garantisse a impunidade da organização criminosa.
Ainda de acordo com a investigação, Rivaldo Barbosa teria exigido que os
dois acusados pela execução, Ronnie Lessa e Macalé, não cometessem o crime na
Câmara de Vereadores para evitar que a investigação ficasse a cargo de órgãos
federais.
Na decisão, Moraes escreveu que Rivaldo Barbosa "teria sido um dos
arquitetos de toda a empreitada criminosa e peça fundamental em sua execução".
"Assim, detém conhecimento sobre todos os elementos probatórios nucleares para
a investigação, de modo que poderá, em liberdade, empreender esforços com o fim
de afastá-los do alcance da Polícia Judiciária", acrescentou.
O ministro ainda acrescentou que a defesa do delegado "não trouxe
argumentos aptos a afastarem os fundamentos da decisão que decretou a prisão
preventiva do investigado, que se mantém íntegros na atualidade, não se comprovando
nos autos excepcionalidade alguma que justifique sua revisão".
A CNN procura a defesa de Rivaldo Barbosa para comentar a decisão do
STF.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/