Em meio a tanta água, salvar vidas é a prioridade no Rio Grande do Sul.
No entanto, quando os rios voltarem a ser ruas secas, a urgência será
reconstruir absolutamente tudo.
O que acontece no estado é parecido com o que houve em Nova Orleans, nos
Estados Unidos, após a passagem do furacão Katrina, em 2005: 1.400 mortos, mais
de 1 milhão de desalojados. Os diques não suportaram e 80% da cidade ficou
submersa.
O Instituto de Engenharia discutiu em São Paulo uma experiência
bem-sucedida em que os gaúchos poderão se inspirar: a política habitacional
feita após a tragédia climática em São Sebastião, no litoral paulista, que
matou 64 pessoas e deixou mil desalojadas. A Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano deu, num tempo considerado recorde, um novo teto a quem
perdeu a casa.
As obras em São Sebastião são consideradas um caso de sucesso da
engenharia. Era preciso vencer inúmeros desafios, como o tipo de solo, a dificuldade
de logística e a urgência. Foram usadas técnicas para acelerar o projeto de
execução e os edifícios foram montados.
Silvio Vasconcellos, diretor de engenharia e obras da CDHU, explica:
"Enquanto estou trabalhando na fundação, tem alguém fabricando esse edifício em
algum lugar, pré-moldado, e depois, traz ele em cima de uma carreta já só para
montar."
A obra, que em média leva 40 meses, demorou 10. Foram entregues 704
unidades.
Apesar da catástrofe no Sul ser diferente e as consequências maiores, é
preciso adequar a engenharia à realidade.
José Eduardo Jardim, presidente do Instituto de Engenharia, ressalta:
"Temos que nos conscientizar que a mudança climática é um fato. A engenharia
vai se propor a dar soluções, principalmente no que diz respeito a planejar.
Muita coisa que acontece no Brasil e no mundo todo carece de planejamento. Mas
a gente deve prevenir, é melhor que remediar."
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/