Usuários das redes sociais começaram a publicar fotos de anúncios de
supermercados que estão limitando a compra de arroz em suas unidades.
Essa restrição tem como objetivo evitar a falta do produto nas
prateleiras, principalmente em meio às enchentes que têm ocorrido no Rio Grande
do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional de arroz.
Uma das redes de supermercados mais
populares do estado de Minas Gerais, o Supermercados BH, informou à Folha de S. Paulo, que implementou medidas
preventivas para garantir um suprimento contínuo de arroz. Nas unidades da
rede, os clientes estão limitados a comprar no máximo cinco pacotes de
arroz. A rede afirma que não haverá falta do produto em suas lojas.
A rede Mart Minas, também em Belo Horizonte, adotou uma medida
semelhante, permitindo aos clientes comprar no máximo cinco fardos de arroz, o
equivalente a 30 pacotes. O objetivo é garantir que o fornecimento seja
distribuído de forma equitativa, permitindo que todos os clientes tenham acesso
ao arroz necessário para atender às suas demandas.
Venda de arroz limitada em outros
estados
Usuários do Twitter também compartilharam fotos de supermercados em outros
estados, como Ceará e Espírito Santo, adotando essa mesma medida. No entanto,
não há relatos de grandes redes orientando suas unidades a restringir a compra
de arroz.
Na terça-feira , 8, o governo federal anunciou a importação de até 1
milhão de toneladas de arroz. O objetivo é evitar a escassez do produto no
mercado brasileiro. No entanto, especialistas afirmam que é cedo para mensurar
a pressão inflacionária causada por essa tragédia. O preço do arroz é
influenciado pela cotação internacional, e atualmente está em um patamar
reduzido.
O que diz o ministro da Agricultura
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que a compra será
realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao
Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), diretamente do mercado externo.
O ministro acredita que a maior parte desse arroz será proveniente dos
países membros do Mercosul, como Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia, devido
aos menores custos e à proximidade geográfica.
Evitar falta do produto nas prateleiras
O ministro ressaltou que a intenção não é concorrer com os produtores
brasileiros, mas sim evitar uma corrida desenfreada pelo produto, o que poderia
elevar os preços e causar escassez nas prateleiras dos supermercados.
A compra será feita em partes, começando com um leilão de 200 mil toneladas
de arroz já descascado e empacotado, que poderão ser direcionadas imediatamente
para a venda final ao público.
Fávaro também afirmou que as compras serão encerradas assim que o
governo entender que o mercado está estabilizado e não necessitar mais da
intervenção da Conab para garantir os estoques do produto.
Produção de arroz e desafios logísticos
Segundo Fávaro, aproximadamente 1,6 milhão de toneladas do produto ainda não
foram colhidas nos campos do estado.
No entanto, um dos principais desafios é a logística de transporte, pois
é necessário retirar o arroz do Rio Grande do Sul e levá-lo aos centros
consumidores. O ministro destacou a importância de ser ágil na importação para
evitar um aumento exacerbado nos preços. Por isso, a compra será feita com
arroz já descascado e empacotado.
Para que a Conab tenha acesso aos recursos necessários para a compra,
será necessário aprovar um decreto legislativo de calamidade no Congresso
Nacional e uma medida provisória do governo abrindo crédito extraordinário.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/