O Senado pode votar nesta quarta-feira (8) uma proposta de criação da Tarifa
Social de Água e Esgoto, destinada às famílias de baixa renda. O projeto deve
ser analisado na sessão que começa às 14h.
Os beneficiados pelo projeto de lei 725/2024 podem pagar menos nas
contas de água. Contudo, existem alguns critérios para ter acesso à tarifa,
como uma renda mínima para comprovar a necessidade.
Para o professor do curso de Administração Pública da Faculdade Getúlio
Vargas (FGV) Marco Teixeira, o projeto tem critérios bem definidos e dialoga
com a concessão de serviços de água, como a privatização da Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp.
"Certamente vai implicar no médio prazo em aumento da tarifa", diz
Teixeira. "A população mais carente vai precisar de alguma maneira, de algum
tipo de subsídio para poder arcar, de certa forma, com a majoração de valores".
Qual será o valor da tarifa social de
água e esgoto?
Segundo o projeto, o valor da tarifa social a ser pago pelas famílias de baixa
renda será metade do valor cobrado pela menor faixa de consumo.
A menor faixa de consumo é o cálculo do consumo mensal multiplicado pela
quantidade de unidades de um prédio, por exemplo. É aplicado para cada unidade
o valor mínimo para cada unidade.
Condições para pagar a tarifa social
A primeira condição para famílias terem acesso à tarifa social é contar com uma
renda per capita de até meio salário-mínimo. O cálculo da renda não inclui
benefícios recebidos pelo Bolsa Família.
Além disso, é preciso se encaixar em
alguns critérios:
O responsável familiar estar inscrito no Cadastro Único para Programas
Sociais (CadÚnico);
Ter, entre os membros da família, uma pessoa com deficiência ou uma pessoa
idosa com 65 anos ou mais que comprove não possuir meios de prover a própria
manutenção nem de tê-la provida por sua família e que receba o Benefício de
Prestação Continuada da Assistência Social (BPC)
O professor também acredita que as condições são importantes para que pessoas
que de fato precisem dessa tarifa social sejam as beneficiadas. "Estamos aí no
meio de uma crise climática que a gente não sabe como que vai se comportar
daqui pra frente", afirma.
O projeto de lei prevê, contudo, as famílias que deixem de se enquadrar
nos critérios tenham o direito de usufruir dos benefícios por pelo menos três
meses.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/