O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, ordenou a
paralisação de todas as investigações ligadas ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo
Paes, que foram iniciadas com base na "delação premiada" de Lélis Teixeira,
ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado
do Rio de Janeiro (Fetranspor). Adicionalmente, a progressão de uma ação por
improbidade administrativa contra o político também foi interrompida pelo
ministro.
Teixeira mencionou Paes em sua delação como beneficiĂĄrio de um suposto
repasse de R$ 40 milhões da Fetranspor para sua campanha à prefeitura em 2012.
A defesa de Paes argumentou que ele ainda não teve acesso ao conteúdo completo
da delação, uma alegação que foi rejeitada pelo Superior Tribunal de Justiça
(STJ).
Na decisão, o ministro Gilmar Mendes afirmou que "é reconhecido que o
delatado tem direito de acessar os trechos do acordo de colaboração premiada
nos quais foi mencionado, desde que a divulgação do seu conteúdo não prejudique
diligĂȘncias em andamento. Esta orientação, atualmente consolidada, foi
estabelecida pela jurisprudĂȘncia desta Corte".
O juiz enfatizou a importância dos advogados de Paes verem o acordo de
colaboração de Lélis Teixeira para assegurar uma defesa eficiente, monitorar a
legalidade das investigações e, se preciso, desafiar a autoridade do juiz
encarregado.
De acordo com Gilmar, Paes foi alvo de uma ação de improbidade sem ter
conhecimento dos fatores que fundamentaram sua proposição. Ele estĂĄ de acordo
com a alegação de que o material pode estar sendo usado com objetivos políticos
para denegrir sua imagem durante a eleição municipal de 2024.
A homologação da delação de Teixeira ocorreu pelo STJ em maio de 2019.
Foi autorizado por Gilmar que a defesa de Paes tivesse acesso a todos os dados
informativos do acordo de colaboração que não estivessem relacionados a
diligĂȘncias em curso.
A defesa de Paes argumentou que ele descobriu que seu nome estava na
delação através de vazamentos seletivos para a mídia. Na delação, Teixeira
afirmou que Paes teria sido beneficiado com uma propina de R$ 40 milhões para
sua campanha eleitoral em 2012. Acusações do Ministério Público do Rio de
Janeiro apontam que o ex-presidente da Fetranspor estĂĄ envolvido em fraudes em
contratos entre companhias de transporte público e o governo estadual.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/