São Paulo – O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, se
apresentou à 5º delegacia seccional de polícia nesta segunda-feira (6/5), em São
Paulo. Ele está preso pela morte de um motorista de aplicativo no acidente que
provocou com seu Porsche, no dia 31 de março, na zona leste da capital.
Fernando Filho é acusado de dirigir embriagado e em alta velocidade.
O mandado de prisão preventiva foi expedido nessa sexta-feira (3/5) pelo
desembargador João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJSP). O magistrado acolheu um recurso do Ministério
Público (MPSP), apresentado no dia anterior.
A defesa do empresário já entrou com um habeas corpus nesta
segunda-feira. A juíza Daniela Teixeira decidiu levar o julgamento do HC para a
Quinta Turma do STJ, que deve analisar o caso na tarde desta terça-feira (7/5).
Anteriormente, juízes de primeira instância haviam recusado três pedidos
de prisão contra Fernando Filho – duas delas preventiva e outra temporária (por
30 dias). Ao mandar o empresário para a cadeia, o desembargador também revogou
as outras medidas cautelares que haviam sido impostas, como proibição de se
aproximar de testemunhas, mas manteve a fiança de R$ 500 mil.
Homicídio
Fernando Filho é réu por homicídio qualificado e lesão corporal gravíssima. O
motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, que dirigia um Renault
Sandero, morreu logo após a colisão na Avenida Salim Farah Maluf, na Tatuapé,
zona leste de São Paulo, no dia 31 de março.
A outra vítima é o estudante Marcus Vinicius Machado Rocha, 22 anos, que
estava de carona no Porsche. Ele fraturou quatro costelas, precisou ser
hospitalizado e perdeu o baço. Ele voltou a ser internado no último dia 28 de
abril e teve alta nesta segunda-feira (6/5).
Mesmo com sinais de embriaguez, Fernando Sastre Filho recebeu permissão
dos PMs para ir embora, sem fazer o teste do bafômetro. Os agentes responsáveis
pela liberação indevida também são alvos de investigação.
No dia do acidente, câmeras de monitoramento flagraram Fernando Filho
dirigindo o Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, em altíssima velocidade
(veja acima) quando bateu na traseira do carro de Ornaldo da Silva Viana. O
motorista de aplicativo foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu
de traumatismo cranioencefálico.
Investigação
Laudo do Instituto de Criminalística apontou que a velocidade média do Porsche
era de 156 km/h. Quando se apresentou à polícia, contudo, mais de 36 horas após
o acidente, o empresário disse que estava "um pouco acima da velocidade máxima
permitida", que é de 50 km/h.
À polícia, o amigo que estava no Porsche disse que Fernando Filho havia
ingerido bebida alcóolica antes, contrariando o depoimento do empresário.
Antes do acidente, os amigos e suas respectivas namoradas foram a um
restaurante, onde o grupo consumiu nove drinks, e depois a uma casa de poker,
com open bar.
A análise das imagens das câmeras corporais dos PMs que atenderam a
ocorrência mostra o momento em que Fernando Filho é liberado do local do
acidente junto com a mãe, sob a justificativa de que iria procurar atendimento
médico.
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