Governo norte-americano se recusou a fornecer informações sem a autorização do
ex-assessor
A Procuradoria-Geral da República (PGR) deseja que Filipe Martins, antigo
assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), permita que o governo
americano revele suas entradas e saídas do país. O documento foi liberado em 18
de abril.
O equivalente ao Itamaraty nos Estados
Unidos, o Departamento de Estado, recusou-se a fornecer informações por meio de
um documento oficial do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF). Para aprovar o pedido do Supremo, os americanos solicitam a
autorização de Filipe Martins.
O argumento do ministro Alexandre de
Moraes para justificar a prisão preventiva de Filipe Martins baseava-se na
trajetória do ex-assessor. Ele defendeu que Martins teria ido a Orlando no dia
30 de dezembro de 2022.
No entanto, segundo a defesa de Filipe
Martins, o ex-assessor pegou um voo da Latam de Brasília para Curitiba em 31 de
dezembro de 2022. A viagem dele para a capital do ParanĂĄ foi confirmada pela
companhia aérea.
Após a demonstração da entidade
norte-americana, Paulo Gonet, o procurador-geral da República, apoiou a noção
de que Alexandre de Moraes deve solicitar ao Ministério da Justiça e Segurança
Pública para iniciar o processo de cooperação internacional.
Conforme solicitado, Gonet explicou a
demanda afirmando que as informações do governo dos EUA são de "interesse" para
Filipe Martins e, portanto, a agĂȘncia deveria aprovar a entrega dos dados. A
PGR argumenta que possíveis respostas podem "robustecer" a argumentação da
defesa do ex-assessor.
Alexandre de Moraes deve analisar o
parecer nos próximos dias. Filipe Martins estĂĄ no Complexo Médico Penal de
Pinhais (PR) desde 8 de fevereiro, o mesmo local que era usado para os presos
da Operação Lava Jato.
EUA recusam-se a fornecer informações sobre Filipe
Martins a Alexandre de Moraes
Alexandre de Moraes foi informado pelo governo dos EUA que não fornecerão,
oficialmente, informações sobre a entrada ou saída de Martins.
O Departamento de Estado considerou que
não seria possível divulgar a informação sem a permissão de Martins e
aconselhou que as autoridades do Brasil procedessem com o processo usual de
cooperação internacional, através do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Alexandre de Moraes admite dúvidas na
justificativa para prisão de ex-assessor
Anteriormente, em 28 de março, Alexandre de Moraes reconheceu que a razão para
a prisão de Filipe Martins é "duvidosa". Essa informação estĂĄ incluída no
documento que a defesa do ex-assessor enviou à Corte na segunda-feira 22,
reforçando seu pedido de liberdade.
"HĂĄ necessidade de complementação das
informações remetidas aos autos, pois permanece a "situação de dúvida" sobre o
real itinerĂĄrio do investigado", afirmou o ministro, na decisão de 28 de março.
Fonte: As informações são da Revista Oeste.