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Governo Lula corta verbas de associações de saúde voltadas para tratamento de dependentes químicos, mental, antimanicomial

Por Blog do Elias Hacker 27/04/2024 às 09:08:23

O Conselho Nacional de AssistĂȘncia Social, ligado ao Ministério do Desenvolvimento e AssistĂȘncia Social, Família e Combate à Fome (MDS), publicou uma resolução no DiĂĄrio Oficial da União que desqualifica as comunidades terapĂȘuticas como organizações sociais. Com essa decisão, tais entidades não são mais elegíveis para receber financiamento público destinado à ĂĄrea de assistĂȘncia social.

A resolução estipula que as comunidades terapĂȘuticas não atendem aos requisitos necessĂĄrios para operar dentro do Sistema Único de AssistĂȘncia Social (Suas), e determina que os registros dessas entidades sejam cancelados pelos governos estaduais e prefeituras dentro de um prazo de 90 dias.

Este movimento vem após intensa crítica e ativismo por parte de mais de cem associações de saúde mental e antimanicomial, que em agosto do ano passado enviaram uma carta-manifesto ao presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva. O manifesto questionava a continuidade do financiamento a essas comunidades, uma prĂĄtica defendida pelo governo anterior de Jair Bolsonaro.

Conforme reportado pelo GLOBO, a política pública de saúde mental, que durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro viu uma expansão significativa, foi inicialmente mantida pela gestão Lula. A mudança veio com a criação do Departamento de Entidades de Apoio e Acolhimento Atuantes em Álcool e Drogas (Depad) dentro do MDS, embora essa estrutura tenha sido mantida mesmo após recomendações contrĂĄrias do Conselho Nacional de Saúde e críticas de entidades de saúde.

Ana Paula Guljor, presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), se mostrou preocupada com a manutenção da estrutura: "O governo revogou o nome do departamento, mas manteve a estrutura questionada pelos especialistas. Percebemos que a gestão federal vem ignorando reiteradamente a posição dos Conselhos Nacionais que representam o controle social e discutem a política de saúde pública," afirma Guljor.

Vistorias realizadas pelo Ministério Público Federal (MPF), Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) e Conselho Federal de Psicologia (CFP) em 2017 em diversas unidades de comunidades terapĂȘuticas pelo país revelaram uma série de violações, incluindo internações forçadas, condições precĂĄrias, trabalho forçado, e até suspeitas de sequestro e cĂĄrcere privado, lançando dúvidas sobre a eficĂĄcia e a humanidade dessas prĂĄticas de tratamento.

Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/

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