A estudante Alicia Dudy Muller Veiga, que responde pelo desvio de quase R$ 1
milhão dos fundos da festa de formatura de uma turma de medicina da
Universidade de São Paulo, se tornou ré mais uma vez pelo crime de estelionato
— desta vez, por obter vantagem ilícita de R$ 192,9 mil em uma lotérica na Zona
Sul da capital.
Ela foi denunciada pelo Ministério Público após tentar fazer R$ 891 mil
em apostas e pagar apenas R$ 891,53 — valor mil vezes menor que o efetivamente
devido.
Segundo o MP:
· Na ocasião, ela solicitou R$ 891,5 mil em apostas
· Ela afirmou que estaria realizando transferências Pix para a lotérica
· Quando o valor das apostas já totalizava R$ 193,8 mil, a gerente do
estabelecimento constatou que Alicia havia feito apenas um agendamento da
quantia
· Desconfiados, os funcionários pediram o comprovante para a estudante
· Ela, então, apresentou um extrato de transferência no valor de R$ 891,50
e saiu do local
A juíza da 32ª Vara Criminal da capital afirmou que há prova de
materialidade e indícios suficientes de autoria por parte de Alicia.
A polícia acredita que o dinheiro usado pela estudante em apostas não
pagas feitas no ano passado na lotérica da Zona Sul de São Paulo pode ter sido
desviado da festa de formatura de Medicina da USP.
Lembre a sequência
do caso
· Em abril de 2022, a suspeita fez quase R$ 20 mil em apostas na
Lotofácil, todas pagas via PIX;
· Depois disso, passou a fazer várias apostas em grandes valores;
· No total, ela teria apostado R$ 461 mil;
· Em julho de 2022, a estudante teria solicitado R$ 891,5 mil em apostas;
· Após a operadora de caixa registrar R$ 193,8 mil em apostas, a gerente
da lotérica questionou sobre o pagamento, e a suspeita disse que tinha
realizado um agendamento da transferência;
· A estudante fez uma movimentação muito inferior, de R$ 891,53, na
tentativa de fazer com que os funcionários da lotérica pensassem que seria o
valor total de R$ 891,5 mil, segundo a polícia;
· Após breve discussão, a suspeita saiu da lotérica com cinco apostas de
R$ 38,7 mil cada uma.
Golpe na USP
Anteriormente, o Ministério Público denunciou a estudante oito vezes por
estelionato e uma por estelionato tentado no inquérito sobre o desvio do
dinheiro. Ela é ré na Justiça pelo desvio do dinheiro.
De acordo com a comissão de formatura, na época que o caso foi revelado,
a suspeita afirmou, por meio de mensagens no WhatsApp, que transferiu a quantia
de quase R$ 1 milhão para uma conta pessoal.
A Comissão só percebeu o desvio no dia 6 de janeiro deste ano. Uma das
vítimas registrou a ocorrência no dia 10.
No início de fevereiro, a Justiça não aceitou o pedido de prisão
preventiva feito pela polícia contra a estudante. A decisão concordou com o
posicionamento do Ministério Público, que entendeu que o caso se tratava de
crimes de estelionato, não de apropriação indébita, como ela havia sido
indiciada, e pediu que fosse feita uma lista com o prejuízo individual dos
alunos.
Cada vítima teria de mostrar interesse
em representar pelo crime.
Na apropriação indébita, uma pessoa recebe da vítima a posse de um bem
de forma legal, se apropriando dele mais tarde de forma irregular.
No estelionato, a má-fé acontece antes da posse do bem e força a vítima a um
engano.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/