A Advocacia-Geral da União (AGU), sob
comando do Ministro-Chefe Jorge Messias, considera solicitar a suspensão ou até
a dissolução da rede social X (anteriormente conhecida como Twitter) no Brasil.
Essa medida drástica seria tomada caso se comprove que a empresa comprometeu
investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE).
A revelação surgiu em um pedido
confidencial feito por Messias ao Ministro Alexandre de Moraes na terça-feira
(23), segundo informações divulgadas pelo jornal Gazeta do Povo. O documento de
10 páginas solicita que Moraes compartilhe com a AGU provas reunidas na
investigação recente contra Elon Musk, proprietário da X, por suposta obstrução
de Justiça.
Além disso, em um outro documento, o
AGU propôs uma nova investigação para apurar a possível divulgação de
informações sigilosas, publicadas tanto na plataforma X quanto na Gazeta do
Povo, dentro dos chamados "Twitter Files". Essas publicações mostram como
executivos da empresa foram pressionados a censurar contas na rede.
Jorge Messias alertou que além da
possível punição criminal dos envolvidos no vazamento, a representante legal da
X no Brasil, a X Brasil Internet Ltda., pode enfrentar sérias sanções com base
na Lei Anticorrupção (12.846/2013). Esta lei penaliza entidades que cometem
infrações contra a administração pública, podendo resultar em multas de até 20%
do faturamento da empresa e outras sanções mais severas como a suspensão das
atividades ou mesmo a dissolução compulsória.
A Lei Anticorrupção aplica-se quando
uma empresa é usada reiteradamente para facilitar atos ilícitos ou foi criada
para ocultar ações ou interesses ilegais. Messias destacou que a situação da X
poderia teoricamente enquadrar-se nesses critérios, dada a natureza das
acusações de interferência em investigações judiciais e processos eleitorais.
No contexto desses desenvolvimentos,
Elon Musk, em reação às investigações e às pressões legais, mencionou que a X
poderia encerrar suas operações no Brasil, citando ameaças de prisão a
funcionários e multas elevadas impostas por Moraes. Musk reafirmou a
importância dos princípios sobre o lucro, indicando que a liberdade de
expressão na plataforma é uma prioridade, mesmo que isso resulte em perdas
financeiras significativas.
Enquanto a batalha legal se
desenrola, Messias continua a utilizar a própria plataforma X para criticar
Musk e a urgência de uma regulamentação mais rígida das redes sociais, uma
posição que ressoa fortemente com as preocupações do governo Lula e do STF
sobre a influência de bilionários e entidades estrangeiras nas "práticas
democráticas" do Brasil.
Fonte: Hora Brasilia