O Congresso Nacional realiza, nesta quarta-feira (24/4), sessão conjunta para
analisar vetos presidenciais. O encontro de deputados e senadores estĂĄ previsto
para começar às 19h e a pauta estĂĄ repleta de projetos de lei (PL) importantes
para o governo federal.
Apesar das negociações de líderes e articuladores do Planalto, o governo
do presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) deve amargar derrotas em matérias
que foram aprovadas pelo Parlamento com ampla maioria e sofreram vetos.
Atualmente, 28 vetos trancam a pauta das Casas Legislativas, ou seja:
ultrapassaram o prazo constitucional para serem analisados. Para que outras
matérias sejam discutidas, esses itens precisam ser votados pelos parlamentares
antes.
Entre os destaques, estĂĄ o texto que restringe as saídas temporĂĄrias de
presos, as saidinhas. O presidente Lula sancionou o projeto com veto ao trecho
que impediria detentos de visitarem familiares em feriados.
Outros vetos importantes a serem analisados pelos parlamentares são os
que atingem a regulamentação das apostas esportivas e a Lei de Licitações.
O foco do governo, porém, concentra-se na Lei de Diretrizes
OrçamentĂĄrias (LDO) e na Lei OrçamentĂĄria Anual (LOA). Lula vetou R$ 5,6
bilhões destinados a emendas de comissão, que são reclamados pelos parlamentares.
Um veto remanescente da gestão de Jair Bolsonaro (PL) que poderĂĄ ser
analisado é referente à aprovação de bagagem gratuita nos voos domésticos e
internacionais. O benefício foi incluído na votação da Medida Provisória (MP)
nÂș 1.089/202, que flexibiliza as regras da aviação civil. O governo na época
argumentou que a proposição poderia aumentar os custos dos serviços aéreos e o
risco regulatório.
Os auxiliares de Lula passaram os últimos dias articulando a fim de
evitar surpresas desagradĂĄveis para o governo. O ministro da Casa Civil, Rui
Costa, recebeu, na noite de terça, no PalĂĄcio do Planalto, parlamentares como o
deputado Luiz Carlos Motta, relator do Orçamento 2024; Aguinaldo Ribeiro,
relator da reforma tributĂĄria; e Danilo Forte, relator da LDO.
Para dar espaço às emendas exigidas pelos parlamentares, a base conta
com a aprovação do projeto que recria o seguro obrigatório de veículos
terrestres, o antigo DPVAT. A matéria serĂĄ apreciada na manhã desta quarta na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal e a previsão é de
que siga para plenĂĄrio ainda antes da sessão conjunta do Congresso.
O projeto de recriação do DPVAT abre uma folga de R$ 15 bilhões no
Orçamento. Um trecho incluído no projeto antecipa R$ 15,7 bilhões em créditos
suplementares para o governo ainda neste semestre. A autorização estĂĄ atrelada
ao crescimento adicional da receita da União neste ano, se comparado ao mesmo
período de 2023.
Apesar da brecha, o governo argumenta que não hĂĄ espaço no Orçamento
para destinar os R$ 5,6 bilhões às emendas, mas lideranças partidĂĄrias,
especialmente do Centrão, defendem a derrubada do veto. A equipe de Lula tenta
um meio-termo.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/