A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados
aprovou, nesta terça-feira (23/4), um dos projetos de lei (PLs) que integra o
pacote anti-invasão de terra.
O avanço faz parte da movimentação da bancada ruralista contra a reforma
agrária, em meio ao Abril Vermelho, período de mobilização do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O texto aprovado pela CCJ é o PL 709/23, que acaba com benefícios de
programas federais para invasores de propriedades particulares, rurais ou
urbanas.
O projeto também sugere que essas pessoas sejam impedidas de tomar posse
em cargo ou função pública. A matéria tem autoria de Marcos Pollon (PL-MS) e
relatoria de Ricardo Salles (PL-SP).
Com o objetivo de avançar na pauta anti-invasão, Salles incorporou uma
série de outros projetos ao texto que tramita na CCJ.
Um dos projetos estende a restrição a invasores de terra e determina a
perda do cargo público para servidores enquadrados no crime de esbulho
possessório. Além disso, um dos textos apensados teve urgência aprovada no
plenário da Câmara na última semana.
"Em um país que tem na agropecuária o principal pilar da sua economia,
mesmo diante de momentos difíceis, como foi a pandemia, os efeitos do conflito
entre Ucrânia e Rússia, a agropecuária não parou. Continuou fornecendo produtos
de qualidade, sendo um exemplo de economia sustentável. Entretanto, como
reiteradamente defendido pelo nosso presidente da Frente Parlamentar da
Agropecuária (FPA), os crimes contra a propriedade privada e pública atrapalham
o desenvolvimento do nosso país, razão pela qual acolhemos nesse projeto de
lei", afirmou Salles.
A matéria recebeu 38 votos favoráveis e oito contrários, além de uma
abstenção. O quórum da comissão era de 47 deputados.
Presidente da CCJ facilitou aprovação
A presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), uma das integrantes da bancada
ruralista, atuou para evitar que a análise das matérias se estendesse. A
bancada do PSol tentou ao máximo obstruir as votações, sem sucesso.
Um dos projetos chegou a ter pedido de vista solicitado pelo deputado
Bacelar (PV-BA), mas a solicitação foi negada. De Toni alegou que, por tramitar
em urgência no plenário, a matéria não pode ter vista solicitada.
"Tendo em vista que a matéria está em regime de urgência, não cabe
pedido de vista. Regime de urgência não é para o colegiado, é
Pacote anti-MST
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal
Pedro Lupion (PP-PR), afirmou nesta terça-feira (23/4) que os projetos do
chamado pacote "anti-MST" têm amplo apoio do colégio de líderes e do próprio
presente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
O pacote conta com 17 proposições que tramitam na Câmara dos Deputados e
no Senado Federal. Na quarta-feira (24/4), a bancada ruralista deve debater as
pautas durante uma sessão solene em homenagem ao Dia Nacional do Agricultor, no
plenário da Câmara.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/