A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta
terça-feira (23/4), a Operação Moto-perpétuo, uma ação coordenada em trĂȘs
cidades do país: Curitiba (PR), São Paulo (SP) e BalneĂĄrio Camboriú (SC).
O principal objetivo da ação é recuperar ativos que supostamente foram
desviados do Sistema Único de Saúde (SUS), além de desarticular uma possível
organização criminosa envolvida na ocultação desses bens. A investigação teve
início após suspeitas levantadas durante a Operação Fidúcia, conduzida pela
Polícia Federal.
Na ocasião, foi identificado um esquema em que os investigados
utilizavam Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) para
fraudar licitações e desviar recursos públicos do SUS, totalizando um desvio de
aproximadamente R$ 14 milhões nas cidades objeto da investigação, embora a
auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) tenha apontado que o desvio seria
de R$ 70 milhões em todo o ParanĂĄ.
Durante a investigação, novos elementos foram identificados, indicando
que os investigados teriam adquirido diversos bens em nome de terceiros,
visando ocultar os ganhos ilícitos. Esses bens foram registrados em empresas
fictícias ou em nome de "laranjas", com o auxílio de um advogado e de um
contador.
R$ 30 milhões em bens
A Operação Moto-perpétuo, deflagrada nesta terça, contou com a colaboração da
Receita Federal, que contribuirĂĄ com a anĂĄlise fiscal dos investigados. Ao
todo, 55 policiais federais e 10 analistas da Receita Federal foram mobilizados
para cumprir 13 mandados de busca e apreensão em residĂȘncias e empresas ligadas
aos suspeitos.
Medidas como o sequestro de 10 imóveis, avaliados em mais de R$ 20
milhões, e a apreensão de veículos de luxo foram autorizadas judicialmente.
Ainda, foi autorizada a apreensão de valores acima de R$ 10 mil e a
indisponibilidade de cotas sociais de duas empresas, cujo capital totaliza meio
milhão de reais.
Desse modo, a investigação identificou quase R$ 30 milhões em bens
ocultados. Os crimes investigados incluem lavagem de capitais, associação
criminosa e organização criminosa, com penas que podem chegar até 18 anos de
prisão.
Moto-perpétuo
O nome da operação foi escolhido em referĂȘncia a uma mĂĄquina teórica de movimento
contínuo, que se caracteriza por manter-se funcionando com a energia criada a
partir dela própria, fato que desafia as leis da física, embora muitos
empreendam esforços para criĂĄ-la.
Isso se relaciona com a investigação, jĂĄ que os envolvidos tentam perpetuar
seus ganhos ilícitos, demonstrando a persistĂȘncia em manter os lucros
provenientes de seus crimes.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/