Lula deseja discutir a agenda do Congresso para a próxima semana,
particularmente a elaboração de uma estratégia para a sessão de análise de
vetos.
Nesta sexta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou
uma reunião de emergência com ministros e líderes governamentais no Congresso.
O encontro, que ocorreu no Palácio do Planalto, teve como objetivo discutir o
atrito recente entre o Executivo e o Legislativo, decorrente de conflitos com o
presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Lula tem interesse em discutir a agenda do Congresso para a próxima
semana, com foco especial na elaboração de uma estratégia para a sessão de
revisão de vetos. As maiores inquietações do governo estão relacionadas aos
vetos da LOA (Lei Orçamentária Anual), LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e
do PL das Saidinhas. Além disso, as pautas-bomba e os projetos que regulamentam
a reforma tributária também devem ser abordados.
O governo conseguiu adiar a sessão conjunta do Congresso, originalmente
programada para quinta-feira (18), na tentativa de evitar a revogação de vetos
considerados significativos, o que poderia resultar numa derrota. Então,
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso, reagendou a sessão para a
próxima quarta-feira (24).
O executivo conseguiu mais tempo para formular um plano e prevenir uma
derrota, no entanto, ainda precisa garantir suporte na Câmara dos Deputados. A
harmonia entre os Poderes foi abalada quando Lira expressou publicamente
críticas ao Ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha,
referindo-se a ele como "incompetente". Lula saiu em defesa do ministro,
afirmando que o mesmo manteria sua posição "só de teimosia", o que descontentou
o presidente da Câmara.
Nessa semana, questões opostas ao Executivo foram apresentadas no
plenário da Câmara Baixa. Ademais, Lira propôs aos líderes a instauração de
CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), o que pode afetar o governo. Há
previsão de um encontro entre Lula e o presidente da Câmara nos dias vindouros
para aprimorar a relação.
As informações são do Diário do Poder.