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Halving do bitcoin: entenda fenômeno que acontece a cada 4 anos e está impulsionando a criptomoeda

Por Blog do Elias Hacker 19/04/2024 às 08:04:17


De quatro em quatro anos, em média, o investidor em criptomoedas tem sua própria "Copa do Mundo": o "halving" do bitcoin.

Halving é a expressão em inglês para "dividir pela metade". Quando acontece um halving, a remuneração de quem minera bitcoins é dividida ao meio, como uma forma de controlar a quantidade da criptomoeda em circulação.

O criador do bitcoin (que ninguém sabe quem é, mas que é conhecido pelo pseudônimo Satoshi Nakamoto) definiu, lá no início do projeto, que o bitcoin precisaria ser um ativo escasso e só haverá 21 milhões de bitcoins em circulação.

A mineração é a única forma pela qual novos bitcoins são colocados em circulação. O trabalho do minerador é encontrar e validar as informações das transações com bitcoin. Isso serve para manter a segurança da rede.

Cada transação que ocorre dentro da rede do bitcoin, equivale a um bloco. A cada bloco correto que é validado pelo minerador, ele recebe uma remuneração em bitcoins. Ao longo do tempo, a cada halving do bitcoin, a recompensa por essa operação foi diminuindo.

Em 2008, eram 50 bitcoins por cada bloco minerado;
Em 2012, eram 25 bitcoins;
Em 2016, eram 12,5 bitcoins;
Em 2020, eram 6,25 bitcoins.
Agora, em 2024, a remuneração passará a ser de 3,125 bitcoins por bloco minerado.

O que é o halving
Para entender o que é o halving, é necessário dar um passo atrás e compreender como a rede do bitcoin foi desenhada.

A ideia inicial da criptomoeda era provar que um sistema financeiro poderia funcionar de forma segura, sem a interferência de um banco central (que tem a possibilidade de imprimir dinheiro para financiar mais gastos do governo).

Theodoro Fleury, diretor de investimentos na QR Asset, lembra que o bitcoin surgiu como um "experimento anarcocapitalista" — uma ideologia político-econômica que defende a soberania do indivíduo e o livre-mercado.

A emissão de moeda é muito criticada por essa ala do mercado porque, ao ter mais dinheiro em circulação sem um aumento da oferta de produtos, a inflação tende a disparar.

Para isso, Satoshi Nakamoto criou uma rede descentralizada (ou seja, sem um banco central comandando), em que cada transação financeira é registrada por meio da tecnologia de "blockchain".

O blockchain uma espécie de grande "livro contábil" que registra vários tipos de transações e possui seus registros espalhados por vários computadores, que registra o envio e recebimento de valores. O minerador é quem verifica se os dados envolvidos naquela transação estão corretos, e recebe uma recompensa para isso.

UM EXEMPLO PRÁTICO:

Se um usuário vai transferir para outro um valor X de bitcoins por algum produto ou serviço, o trabalho do minerador é verificar se essa pessoa que está transferindo tem a quantidade necessária em conta e se os dados das partes envolvidas estão certos. A missão é garantir a correção da transação.

Se o minerador identifica que o bloco é verdadeiro — ou seja, que todas as informações da transação estão corretas —, ele é incorporado à rede do bitcoin e recebe um código criptografado. Para hackear qualquer bloco da rede, então, seria necessário desvendar a criptografia de todos os códigos que vieram antes dele. E é assim que a rede se mantém segura.

Os mineradores são recompensados por casa bloco verdadeiro identificado. É somente dessa maneira que mais bitcoins são colocados em circulação no mercado. Desde o último halving, cada bloco dá recompensa de 6,25 bitcoins.

Cada halving acontece quando 210 mil blocos são incorporados à rede — o que leva, em média, quatro anos.

Por que o halving acontece
O halving acontece para que o bitcoin continue sendo um ativo escasso, explica Theodoro Fleury. A lógica do mercado é que, quanto maior a escassez de um ativo financeiro, maior será o seu valor.

"Essa é justamente uma das qualidades do bitcoin como ativo, que é a escassez. Ele foi desenhado para ser um ativo escasso. Depois desse próximo halving, ele vai ser mais escasso que o ouro", diz o especialista.
Quando o limite de 21 milhões de bitcoins em circulação for atingido, só será possível ter a criptomoeda comprando ou recebendo de outra pessoa. Então, o preço praticado seguirá a tradicional lei da oferta e demanda: se mais gente estiver procurando do que vendendo, o preço sobe, e se mais gente estiver vendendo do que procurando, o preço cai.

De fato, com a proximidade de mais um halving e essa percepção de escassez segue aumentando, o bitcoin vive um ciclo de alta nos últimos meses.

O bitcoin teve uma valorização de quase 40% desde o início do ano e a expectativa do mercado é que os próximos meses, após o halving, ele continue tendo um avanço de preço, repetindo o que aconteceu nas últimas vezes.

A criptomoeda chegou a atingir seu pico histórico há pouco mais de um mês, quando ficou cotada a US$ 73 mil em 13 de março. Mas o preço do bitcoin não depende só de si.

A ameaça de escalada do conflito no Oriente Médio e dados mais fortes da economia americana — que fizeram o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) reavaliarem o momento de baixar os juros do país — criaram um cenário de maior cautela com investimentos.

Nesse contexto, a aversão aos ativos de risco cresceu, com o mercado buscando produtos com maior segurança e menos volatilidade. O bitcoin, com todo o vaivém das cotações, já devolveu parte dos seus ganhos e, atualmente, está em torno dos US$ 60 mil, uma queda de cerca de 10%.

"É claro que isso tem uma influência sobre o preço do bitcoin, assim como em outros mercados, mas é uma influência de curto prazo. Não vejo isso atrapalhando a visão positiva para os preços depois do halving", comenta Fleury, QR Asset.

Mas é por conta dessa volatilidade e alta sensibilidade aos assuntos macroeconômicos e políticos que o especialista alerta que é preciso ter muita cautela antes de investir.

"O bitcoin é um ativo volátil, com altas e baixas acentuadas. É um ativo que pode cair 50% de repente. Então você deve colocar ali um dinheiro que, se você vir caindo pela metade, não vai te incomodar. O risco é o investidor colocar mais do que ele aguenta", destaca.

Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/

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