Nesta quarta-feira (17), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST) invadiu a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Cerca de 200 militantes
participaram dessa ação.
Desde segunda-feira, o MST realizou invasões em 28 áreas distribuídas
por 11 Estados brasileiros: Sergipe, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio
Grande do Norte, Bahia, Pará, São Paulo, Goiás, Ceará, Rio de Janeiro e
Distrito Federal. Essas ações fazem parte do movimento chamado "Abril
Vermelho", que relembra o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de
abril de 1996. Naquele trágico episódio, 21 trabalhadores rurais ligados ao MST
foram assassinados pela Polícia Militar.
Em nota, o MST explicou que a invasão ao Incra tem o objetivo de
pressionar pela distribuição de terras para reforma agrária em áreas que já
estão em negociação, possuem ocupações ou cujos proprietários têm
irregularidades com a União. Laura Santos, da direção estadual do MST em Mato
Grosso do Sul, afirmou que essa ocupação é uma ação organizada para avançar nas
negociações com o Incra no estado e em todo o Brasil.
O MST reivindica áreas em Sidrolândia, Ponta Porã, Nova Andradina,
Corguinho, Itaquiraí, Japorã, Bataiporã e Dourados para destinação a
assentamentos de reforma agrária. Além disso, o movimento também denuncia
fazendas por práticas de trabalho escravo. No último domingo, o MST também
invadiu propriedades da Embrapa Semiárido em Petrolina (PE) e uma segunda área
da Codevasf, também em Petrolina.
Nesta semana, o governo federal lançou o Programa Terra para Gente, para
acelerar o assentamento de famílias no País. O programa prevê a inclusão de 295
mil famílias no Programa Nacional de Reforma Agrária, sendo 74 mil assentadas e
221 mil reconhecidas ou regularizadas em lotes de assentamentos existentes até
2026. O MST afirmou que as iniciativas do governo voltadas à reforma agrária
são "insuficientes" e que há 70 mil famílias vivendo em acampamentos.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/