Os deputados federais Ricardo Ayres (Republicanos-TO), Bruno Ganem (Podemos-SP)
e Gabriel Mota (Republicanos-RR) informaram, nesta quarta-feira (17), que
desistiram de relatar o processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados
contra o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso e acusado de ser
mandante do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, em 2018.
– [A lista tríplice] não vingou, digamos assim, é porque suas
excelĂȘncias retiraram os nomes, declinaram da nobilíssima função, que alguns
consideram arriscada, não sei o porquĂȘ – destacou o deputado Chico Alencar
(PSOL-RJ), que presidiu o colegiado na sessão desta quarta.
Bruno Ganem informou que não poderia relatar o caso por causa das
tarefas de pré-candidatura para as eleições municipais de outubro deste ano.
Por sua vez, o deputado Ricardo Ayres disse que desistiu por jĂĄ ter sido
escolhido para relatar outro processo por quebra de decoro parlamentar. JĂĄ
Gabriel Mota não justificou a recusa. O processo contra Brazão pode levar à
cassação do mandato do parlamentar, que estĂĄ preso na PenitenciĂĄria Federal de
Campo Grande (MS).
No último dia 10, o plenĂĄrio da Câmara votou por manter a prisão de
Brazão com 277 votos contra 129 e 28 abstenções. Ayres e Ganem votaram para
manter a prisão de Brazão e Mota não compareceu à votação.
Com a desistĂȘncia dos parlamentares, foram sorteados novos nomes: as
deputadas Jack Rocha (PT- ES), Rosângela Reis (PL-MG) e o deputado Joseildo
Ramos (PT-BA). Desses, apenas Rosângela votou pela libertação de Brazão. Agora,
caberĂĄ ao presidente do Conselho de Ética, o deputado Leur Lomanto Júnior
(União Brasil-BA), escolher um nome da nova lista sorteada.
O deputado que presidia a sessão, Chico Alencar, disse esperar que,
agora, possa sair um nome para relatar o caso.
– Roguemos, mandemos energias para que ninguém decline – disse o
deputado, acrescentando que "a gente tem a convicção de que esses não
declinarão da tarefa".
Fonte: *AgĂȘncia Brasil