Em conversa com aliados brasileiros, o empresário Elon Musk disse acreditar que
os Estados Unidos (EUA) poderão impor sanções políticas e econômicas ao Brasil
num futuro próximo. Tais punições seriam decorrentes do que o bilionário já
classificou publicamente como uma "ditadura" em curso praticada pelo ministro
Alexandre de Moraes em conluio com o governo Lula.
As restrições seriam nos moldes das impostas pelos EUA à Venezuela neste
ano, após a Suprema Corte venezuelana impedir a candidatura de Maria Corina
Machado, principal nome da oposição a Nicolás Maduro. Discussões sobre sanções
ao Brasil deverão ganhar força se Donald Trump retornar à Casa Branca na
eleição prevista para ocorrer em novembro. O ex-presidente norte-americano é
próximo da família Bolsonaro e, mais ainda, de Elon Musk.
Por outro lado, se o presidente Joe Biden permanecer no poder, é
improvável que os EUA lancem uma ofensiva política e econômica contra o governo
Lula. Os dois mandatários já trocaram manifestações públicas de apoio e mantêm
boa relação diplomática. Recentes pesquisas de intenção de voto apontam empate
técnico entre Biden e Trump.
A possibilidade de sanções ao Brasil fez com que o PSol acionasse o
ministro Alexandre de Moraes pedindo a inclusão do deputado Eduardo Bolsonaro
no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado. Em manifestação
protocolada no STF, o partido citou uma reportagem da Agência Pública que
afirmava que Eduardo foi aos Estados Unidos para articular, junto a
parlamentares norte-americanos, restrições ao governo Lula.
Eduardo nega que tenha se movimentado nesse sentido.
Impeachment fora do radar
As recentes declarações de Elon Musk sobre suposta pressão exercida por
Alexandre de Moraes para bloquear perfis de políticos de oposição a Lula
reacenderam a discussão sobre o impeachment do ministro do STF.
Contudo, não há a menor chance de que o assunto seja levado ao plenário
do Senado. Até mesmo parlamentares bolsonaristas não querem que o afastamento
de Moraes seja pautado. Isso porque o ministro tem apoio da ampla maioria dos
senadores para permanecer na cadeira.
Fonte: Metrópoles