Apesar das promessas reiteradas desde o início de seu mandato, o governo
de Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) não avançou na retomada de quase quatro mil
obras paradas na ĂĄrea de educação bĂĄsica. Esses projetos incluem a construção
de escolas, creches, quadras poliesportivas e reformas de ampliações em 1.664
municípios, conforme levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo.
A maior parte dessas obras, cerca de 80%, estĂĄ localizada nas regiões
Norte e Nordeste do Brasil. Estados como Maranhão, ParĂĄ, Bahia e CearĂĄ
representam 50% das construções aguardando retomada. Contudo, até o momento,
não foi assinado nenhum termo de compromisso com as prefeituras, que é
considerado um dos primeiros passos para a reiniciação das obras.
Notavelmente, 90% dos empreendimentos inacabados foram iniciados entre
os anos de 2007 e 2014, durante os governos anteriores de Lula e Dilma Rousseff
(PT). Apenas uma pequena fração, 5%, teve início após 2019, jĂĄ sob a
administração de Jair Bolsonaro (PL).
Mesmo após a publicação de uma medida provisória hĂĄ dez meses, que
deveria facilitar a repactuação das obras, não se observaram avanços
significativos. A lentidão nas ações do Ministério da Educação e do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) tem aumentado a pressão sobre o
ministro Camilo Santana.
Os problemas orçamentĂĄrios do MEC também persistem. Em novembro de 2023,
o ministério ainda não havia utilizado nenhum dos R$ 801 milhões destinados às
ações de alfabetização, como destacado pela Gazeta do Povo. Com apenas 13 dias
restantes para o fim do ano, ainda era necessĂĄrio executar 42% das emendas
parlamentares destinadas.
Quanto às obras paralisadas, o FNDE esclareceu que a responsabilidade
pela retomada recai sobre os entes federativos. A burocracia, particularmente
no levantamento e na adequação da documentação necessĂĄria, tem sido um
empecilho significativo para o progresso.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/