Um inédito ataque direto foi lançado pelo Irã contra Israel na noite deste sábado, 13, e utilizou drones-kamikaze não tripulados e mísseis. Segundo Israel, foram mais de 300 artefatos lançados, mas o sistema de defesa israelense conseguiu interceptar a maioria deles.
O ataque ocorreu depois de Israel atacar um consulado iraniano em Damasco, na Síria, e matar sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana, entre elas, um general, o que foi visto pelo país como um ataque direto à nação. O governo prometeu retaliação. O caso gerou um "alerta máximo" às forças de segurança israelita.
De acordo com um levantamento feito em 2023 pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), o Irã é segundo país do Oriente Médio com mais contingente militar, ficando atrás somente do Egito. Ao todo, são 650 mil militares. Só a Guarda Revolucionária é responsável por 190 mil desses combatentes.
Enquanto isso, Israel possui 177,5 mil pessoas em seu efetivo, contando com militares do Exército, Marinha, Aeronáutica e outras forças nacionais. Os reservistas convocados quanto há conflito não estão dentro deste número.
Armamento bélico
Em relação a arsenais de mísseis balísticos e drones, o do Irã também é um dos maiores do Oriente Médio. Isso inclui mísseis de cruzeiro e antinavio, além de balísticos, com alcances de até 2 mil quilômetros.
Um dos equipamentos usados no ataque contra Israel foi o drones-kamikaze, modelo Shahed-136. Segundo o portal internacional de notícias da indústria de defesa Army Technology, o item origem iraniana é fabricado pela Empresa Industrial de Fabricação de Aeronaves do Irã (Hesa), uma subsidiária da Organização das Indústrias de Aviação do Irã (IAIO), uma empresa estatal controlada pelo Ministério da Defesa e das Forças Armadas iraniana.
O modelo, que existe desde 2021 e pesa 200kg, possui o formato de asa delta, com 3,5m de comprimento e 2,5m de largura. Ele consegue transportar até 40kg de ogivas e pode ser montado e lançado a partir de um caminhão militar ou comercial. O drone pode atingir uma velocidade máxima de 185 km/h. Conforme a Reuters, uma característica da nave é que a baixa assinatura radar, ou seja, é difícil de ser detectada.
Contribuindo para o arsenal aéreo, o Irã tem 551 aeronaves, entre eles, estão 186 aviões de aviões de caça e 23 de ataque. Já Israel possui mais unidades: 612 aviões, contando com 241 de caça e 39 de ataques.
Nas forças terrestres, de acordo com Firepower, Israel conta com mais tanques de guerra do que o Irã, 1996 em comparação com 1390. Na qualidade dos veículos, o país de Benjamin Netanyahu também sai na frente, com o tanque de Markava, um dos melhores blindados do mundo.
Com relação a força Naval, o Irã tem 67 unidades em seu inventário naval, enquanto Israel tem 59, mas a frota israelense é mais moderna, de acordo com o diretório Mundial de Navios de Guerra Militares Modernos.
O grande diferencial de Israel é a posse de bombas nucleares. Estima-se que o país tenha secretamente um arsenal de armas nucleares de 70 a 400 ogivas, segundo a Federação dos Cientistas Americanos (FAS). O Irã não tem capacidade nuclear, embora desenvolva um programa atômico há anos.
Sistema de defesa de Israel
O país conta com sistemas múltiplos para se defender de ataques, que inclui o Domo de Ferro e interceptadores de mísseis de longo e médio alcance desenvolvidos em cooperação com os EUA. Eles são:
- Arrow, uma espécie de flecha destinada a interceptar mísseis de longo alcance, mas não aeronaves militares ou foguetes de artilharia.
- David's Sling (Atiradeira de Davi, em tradução livre), que intercepta mísseis balísticos de médio alcance, drones, aviões, drones, foguetes de médio a longo alcance e mísseis de cruzeiro.
- Patriot, um dos mais antigos sistemas de defesa usados por Israel, e fabricado nos EUA. Atualmente, ele é usado para abater aeronaves, inclusive drones, mas já foi usado na Primeira Guerra do Golfo, em 1991. Na ocasião, era utilizado para interceptar mísseis balísticos Scud de fabricação soviética.
- Iron Dome (Domo de Ferro) é especializado em derrubar foguetes de curto alcance. O sistema antiaéreo é o mais famoso de Israel e foi desenvolvido com apoio dos Estados Unidos.
- Iron Beam (Feixe de Ferro) está sendo desenvolvido para abater potenciais ameaças, com o uso de tecnologia a laser, mas ainda não está em operação.