Nesta terça-feira, 9, a Câmara dos Deputados aprovou uma medida que
possibilita o avanço do incremento do teto de gastos de 2024. Em termos
prĂĄticos, isso significa que aproximadamente R$ 15 bilhões serão
disponibilizados para o governo Lula.
O projeto foi aprovado com 304 votos contra 136. Caso seja validado pelo
Senado, o valor poderĂĄ ser liberado de imediato pelo presidente Lula "por ato
do Poder Executivo", sem a necessidade de nova aprovação pelo Congresso
Nacional.
HĂĄ agentes governamentais que pensam que a liberação pode ser a solução
para o "impasse" acerca dos R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares que foram
vetadas pelo petista. Foi alegado ainda que tal alteração supostamente "ajuda"
o Executivo a anular o bloqueio de R$ 2,9 bilhões em despesas de custeio e
investimentos, anunciado em março.
A modificação da lei do novo arcabouço fiscal é realizada pelo artigo,
que foi adicionado na última hora ao projeto de lei complementar que propõe a
reinstituição do seguro DPVAT. Carlos Zarattini (PT-SP), deputado federal, é o
responsĂĄvel pela relatoria do texto. Na falta do mesmo no plenĂĄrio, o deputado
Rubens Pereira Junior (PT-MA), vice-líder do governo na Câmara, foi quem leu a
alteração.
Caso a avaliação das receitas seja positiva no relatório do segundo
bimestre, o governo tem a possibilidade de abrir crédito suplementar, com a
publicação prevista para o dia 22 de maio.
A antecipação do prazo ocorre com a aprovação dos parlamentares. Dessa
forma, o crédito pode ser liberado após a primeira avaliação bimestral de
receitas e despesas, que foi divulgada em 22 de março. A quantia do crédito é
equivalente à diferença entre o aumento real do limite atual (1,7%) e o limite mĂĄximo
permitido pelo novo arcabouço fiscal (2,5%).
Alterações no Texto Foram Coordenadas com o Governo
Lula
Segundo dados do jornal Folha de S.Paulo, a alteração foi planejada em
conjunto com o Executivo. No primeiro relatório, as estimativas de receitas
provenientes de alterações na tributação aprovadas pelo Legislativo no ano
anterior foram mantidas.
Das medidas de R$ 167,6 bilhões anunciadas em 31 de agosto de 2023 para
equilibrar o Orçamento, o governo preservou R$ 144,33 bilhões. A elevação de R$
24 bilhões na previsão de receita com a restrição para o uso de "créditos judiciais"
pelas empresas proporcionou uma compensação para outros gastos.
A incerteza na obtenção do valor surgiu a partir de liminares judiciais,
concedidas a favor de empresas, que ainda permitem a utilização dos créditos
para a redução de impostos. A Abrasca, Associação Brasileira das Companhias
Abertas, tem se empenhado no Legislativo para eliminar o limite.
A previsão do governo é de obter R$ 6 bilhões com a extinção do Perse,
programa que eliminou impostos para o setor de eventos. Contudo, a ação deve ser
suavizada devido às objeções do Legislativo.
O Ministério da Fazenda estĂĄ empenhado em assegurar a entrada dos
dividendos extraordinĂĄrios da Petrobras no caixa. Conforme reportado pela
Folha, Fernando Haddad busca garantir o pagamento completo, ou seja, de 100%, o
que traria um valor de R$ 12,59 bilhões para a União. Entretanto, o cenĂĄrio
mais provĂĄvel é que somente 50% desse valor seja efetivamente pago.
Fonte: As informações são da Revista Oeste.