Depois de uma semana de votações paralisadas em meio às negociações da
janela partidĂĄria, a Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (9) o
regime de urgĂȘncia do projeto que aumenta a contribuição previdenciĂĄria
municipal e da proposta que restringe o Programa Emergencial de Retomada do
Setor de Eventos (Perse).
Os dois textos tĂȘm o apoio do governo e foram apresentados após o
esvaziamento da medida provisória sobre a reoneração da folha de pagamentos.
O regime de urgĂȘncia acelera a anĂĄlise dos textos ao dispensar a votação
nas comissões temĂĄticas da Casa. Em entrevista a jornalistas nesta terça-feira,
o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a intenção é votar o
mérito das propostas na próxima semana.
"A Câmara se debruçando hoje sobre as urgĂȘncias – muito provavelmente no
início da semana que vem – nós votamos o mérito dessas duas matérias, o que
darĂĄ ao Senado um prazo rĂĄpido. Penso que esses dois assuntos tĂȘm muitas posições
firmadas jĂĄ. Dificilmente deverão mudar no plenĂĄrio", disse Lira.
O projeto que trata do Perse prevĂȘ o fim gradual do programa. O texto
estabelece a reoneração gradativa dos tributos para empresas do setor de
eventos até zerar os benefícios em 2027.
A proposta também diminui de 44 para 12 as atividades econômicas que
podem ser beneficiadas. A urgĂȘncia foi aprovada por 299 votos a 110 e uma
abstenção.
JĂĄ o projeto da reoneração dos municípios estabelece a retomada de forma
gradual da contribuição previdenciĂĄria até 2027.
A proposta estabelece 14% de contribuição patronal em 2024 para cidades
abaixo de 50 mil habitantes e com receita corrente líquida per capita de R$
3.895.
O aumento serĂĄ escalonado em 2% por ano até chegar a 20% em 2027. O
regime de urgĂȘncia foi aprovado por 275 votos a 139.
O fim dos benefícios do Perse e a reoneração dos municípios estavam
previstos em uma medida provisória editada pelo governo depois de o Congresso
derrubar o veto presidencial à prorrogação da desoneração de setores da
economia. A MP foi desidratada e transformada em projetos de lei após
negociação e pressão dos parlamentares.
Além disso, em 1° de abril, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), decidiu não prorrogar a validade de parte da MP e, assim, manter valendo
a desoneração da folha para os municípios com população de até 156 mil
habitantes.
Uma outra proposta apresentada pelo governo que trata da desoneração de
17 setores da economia também deve avançar na próxima semana.
Arthur Lira afirmou que a relatora, deputada Any Ortiz (Cidadania-RS),
deve entregar o seu parecer até quarta-feira (10). A proposta tranca a pauta da
Câmara a partir de 14 de abril.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/