A deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP) disse, nesta
quinta-feira (4), que "segue o chororô" ao comentar projeto de lei do Partido
dos Trabalhadores (PT) que proíbe mudança de domicílio eleitoral durante
exercício do mandato. Eleita por São Paulo com mais de 217 mil votos, a
deputada transferiu seu título de eleitor para o Paraná, mesmo domicílio
eleitoral do marido, o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).
Na rede social X, a parlamentar disse:
– E segue o chororô! Zequinha deveria deixar de se preocupar comigo e
pensar no que ele e a presidenta do PT podem fazer para recuperar o que resta
do PT no Paraná – escreveu Rosângela sobre os deputados Zeca Dirceu (PT-PR) e
Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Em março deste ano, o partido buscou impedir a mudança de domicílio
eleitoral da deputada para o Paraná. A ação apresentada argumentou que a
parlamentar estava vinculada ao domicílio de São Paulo em razão do cargo
eletivo que ocupa e que, apesar da definição ampla na Justiça Eleitoral acerca
do que caracteriza um "domicílio", ela não poderia alterá-lo enquanto exerce o
mandato como deputada eleita pelos paulistas.
Rosângela disse que "transferência do domicílio eleitoral é um direito
de todo cidadão brasileiro" e afirma que "continuará a representar o estado de
São Paulo e sua população, mantendo, inclusive, seu escritório de representação
aberto na capital paulista e a agenda nas demais cidades do Estado."
Nesta quinta-feira, o PT divulgou que Zeca Dirceu protocolou um projeto
que altera dois artigos na lei eleitoral e na lei dos partidos para vetar a
mudança de domicílio eleitoral durante o exercício do mandato. A penalidade
prevê a perda do mandato ao detento do cargo eletivo caso venha infringir a
nova legislação.
– É uma aberração é um desrespeito à população do Paraná e de São Paulo
e temos que mudar a legislação para evitar esse oportunismo eleitoral – disse
Dirceu em relação ao movimento da deputada.
Tanto a mudança de Rosângela quanto a ação do PT ocorrem diante de uma
disputa pela eventual vaga do ex-juiz Sérgio Moro, alvo de um julgamento que
pode cassar o mandato do senador e abrir caminho para uma eleição suplementar
ao cargo. Com a mudança de seu domicílio eleitoral de São Paulo para o Paraná,
a deputada fica habilitada a concorrer à vaga do marido em uma eventual
cassação.
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