Um mexicano é o principal alvo da Operação Second Place, deflagrada pela
Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (4/4).
As investigações começaram a partir da Operação Technikós, que teve
início em 27 de setembro de 2022. A associação fraudulenta envolvida nos
crimes, segundo a PF, é formada por um cidadão mexicano e morador do Brasil que
se intitulava indevidamente representante da marca de automóveis italianos
Lamborghini.
Além de vender produtos da marca, ele participou do projeto de criação
de uma criptomoeda relacionada à empresa e se associou a criminosos de outros
estados envolvidos em pirâmides financeiras e movimentações de capital sem
autorização do Banco Central (Bacen) ou da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM).
O empresário, identificado como Jorge Antonio Fernández Garcia,
costumava dizer que abriria fábrica da Lamborghini em Santa Catarina. Em 2021,
chegou a fazer reunião com representantes do governo do estado para discutir a
ideia. Os registros do encontro foram postados em páginas oficiais, mas
acabaram apagados após a descoberta da farsa.
O investigado tem condenação que transitou em julgado, nos Estados
Unidos, em 16 de junho de 2020, por falsificação de contrato e assinatura
falsa. No processo, ele foi sentenciado a pagar US$ 6 milhões pelos crimes.
Agora, por não ter sido encontrado pela PF, Jorge Antonio é considerado
foragido. Os delitos investigados são associação criminosa; crimes contra o
Sistema Financeiro Nacional; estelionato; fraude com uso de ativos virtuais,
valores mobiliários ou ativos financeiros; e evasão de divisas. Somadas, as
penas podem chegar a 21 anos de reclusão.
As equipes da Polícia Federal cumprem cinco mandados de prisão
preventiva e sete de busca e apreensão, nas cidades de Rio do Sul (SC),
Itapetininga (SP), Campinas (SP), Cabo de Santo Agostinho (PE), Paulista (PE) e
Belmonte (BA). A PF também pediu o bloqueio de bens de nove pessoas físicas e
seis de empresas.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/