O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foi ao encontro do decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, nesta terça-feira (2), véspera da retomada do julgamento do Tribunal Regional Eleitoral do ParanĂĄ que pode levar à cassação do seu mandato.
A informação foi confirmada à CNN pelo STF.
De acordo com relatos, a conversa foi amistosa e tratou de diversos assuntos. Não apenas, portanto, do processo por que passa Moro. No encontro, Gilmar fez críticas a Lava Jato, como o interesse de pressionar o Supremo Tribunal Federal. Moro defendeu a operação e teria dito que seu interesse era combater a corrupção.
O encontro se insere dentro da estratégia de Moro de buscar a salvação do seu mandato no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Gilmar Mendes é considerado, por interlocutores do senador, um dos maiores obstĂĄculos para a estratégia de Moro ser bem-sucedido no TSE.
O ministro é muito crítico a Moro e a Lava Jato e próximo ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. A manifestação da PGR é uma das variĂĄveis principais no mapa que Moro vem fazendo para vencer a batalha no TSE.
Além disso, o senador sabe que uma vitória no Tribunal Regional Eleitoral do ParanĂĄ (TRE-PR) não significa uma vitória no TSE. Além de tentar reconstruir pontes com Gilmar, a CNN apurou que Moro aposta na relação com o ministro Alexandre de Moraes.
Ao contrĂĄrio do deputado cassado Deltan Dallagnol (Novo), Moro tem boa relação com o ministro e hĂĄ dúvidas no seu entorno até que ponto Moraes consideraria o desejo do governo federal de cassar Moro.
Não se tem, assim, no entorno de Moro uma visão de que Moraes vai atrapalhar os planos do senador. Ele, ao contrĂĄrio, chega a ser visto até como um ativo no embate no TSE. O ministro deixa a corte em 3 de junho.
Outra variĂĄvel é o papel dos ministros indicados por Jair Bolsonaro (PL), André Mendonça e Kassio Nunes Marques. Ainda no entorno o de Moro, hĂĄ dúvida sobre a eventual influĂȘncia que os planos do ex-presidente Bolsonaro e do governador do ParanĂĄ, Ratinho Júnior (PSD), para a vaga de Moro, revelado segunda-feira pela CNN.
Fonte: CNN