Alexandre Kunz não foi informado sobre o motivo da intimação
O brasileiro Alexandre Kunz, que confrontou o ministro Luís Roberto Barroso
durante uma palestra na Universidade Oxford, em 2022, foi intimado pela Polícia
Federal (PF). Ele deve prestar depoimento à corporação nesta terça-feira, 2,
via aplicativo on-line.
Kunz, que mora na Inglaterra hĂĄ mais de
dez anos e tem passaporte britânico, não sabe o motivo da intimação. De acordo
com a PF, o processo tramita em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF). O
depoimento estĂĄ marcado para as 11 horas, no horĂĄrio de Brasília.
Brasileiro foi expulso de evento depois
de interpelar Barroso
Durante uma palestra no Forum Brazil UK, promovida por estudantes das
universidades Oxford e London School of Economics and Political Science, no
Reino Unido, Barroso comentou os desafios que enfrentou na presidĂȘncia do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O evento ocorreu em junho de 2022, meses
antes das eleições.
"Precisei lidar com a pandemia,
oferecer resistĂȘncia aos ataques contra a democracia e impedir esse abominĂĄvel
retrocesso que seria a volta ao voto impresso com contagem pública manual, que
sempre foi o caminho da fraude no Brasil", disse Barroso, na ocasião.
Ao fim de sua declaração, o ministro
foi confrontado por uma mulher que estava na plateia. "É mentira!", disse.
"Ninguém falou em contagem manual." Kunz apareceu logo depois. "Como vamos
confiar nas urnas, se o cara que vai presidir foi o cara que soltou o maior
ladrão?", interpelou o brasileiro, referindo-se ao substituto de Barroso na
presidĂȘncia do TSE, ministro Luiz Edson Fachin. Este último anulou as
condenações de Luiz InĂĄcio Lula da Silva, o que possibilitou sua candidatura
nas eleições de 2022.
Barroso mostrou-se incomodado com as
perguntas da plateia. "Esse é um dos problemas que estamos vivendo no Brasil,
um déficit imenso de civilidade", disse.
O que Barroso não explicou sobre o voto
impresso
Ao mencionar o projeto do voto impresso, rejeitado pela Câmara dos Deputados em
agosto de 2021, Barroso não informou os universitĂĄrios de que a proposta não
defendia o fim das urnas eletrônicas.
A versão da Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) da deputada federal Bia Kicis (PL) previa o comprovante impresso
como segurança adicional, conferível pelo eleitor, para fins de auditoria — se
necessĂĄrio.
A sugestão de contagem pública e manual dos votos impressos foi incluída posteriormente pelo relator, o deputado Filipe Barros (PL). A comissão especial da Câmara, no entanto, rejeitou o parecer de Barros.
Fonte: As informações são da Revista Oeste.