Ministros do Palácio do Planalto avaliam que ao episódio da hospedagem
de Jair Bolsonaro na Embaixada da Hungria em Brasília não será suficiente para
levar o STF a ordenar a prisão do ex-presidente.
Entre auxiliares próximos do presidente Lula, a aposta é de que
Bolsonaro só será, de fato, preso depois que for julgado pelo plenário do
Supremo, o que só deve acontecer no segundo semestre de 2024.
A estada de Bolsonaro na representação diplomática foi revelada pelo
jornal americano The New York Times, que teve acesso a vídeos do sistema de
segurança da embaixada.
Bolsonaro dormiu dois dias na embaixada
As imagens, segundo a reportagem do jornal americano, mostram que
Bolsonaro chegou ao local na noite do dia 12 de fevereiro, segunda-feira de
Carnaval, e ficou até 14 de fevereiro.
O ex-presidente procurou a embaixada dias após a Polícia Federal
apreender seu passaporte em investigação que apura suposta trama golpista para
Bolsonaro permanecer no poder após a derrota para Lula.
Segundo a Convenção de Viena, da qual o Brasil é signatário, embaixadas
são consideradas invioláveis, sob jurisdição de outros países, não podendo ser
objeto de busca, requisição, embargo ou medida de execução.
Isso significa que, mesmo com uma eventual ordem de prisão do Supremo,
Bolsonaro não poderia ser detido dentro da embaixada sem a autorização de
autoridades da Hungria.
Prisão preventiva de Bolsonaro
Após a divulgação da visita de Bolsonaro à embaixada húngara, diversos
parlamentares de esquerda passaram a pedir que o STF decrete a prisão
preventiva do ex-presidente brasileiro.
Relator de uma série de inquéritos contra Bolsonaro no STF, o ministro
Alexandre de Moraes deu prazo de 48h para o ex-mandatário explicar a visita. A
explicação foi entregue pela defesa nesta quarta-feira (27/3).
Fonte: Igor Gadelha - Metrópoles