O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deve descartar qualquer pedido de
prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro após ele ter passado dois dias na
embaixada da Hungria.
A informação foi divulgada pelo jornal O Globo e confirmada por O
Antagonista.
Na visão de investigadores, não há elementos que coadunem com a tese de
que o ex-presidente pretendia fugir do país por meio da embaixada da Hungria.
Apesar disso, esse episódio deve embasar o pedido de novas medidas restritivas
contra o ex-presidente da República no futuro.
Além disso, Gonet tem observado a auxiliares que qualquer pedido de
prisão preventiva do ex-presidente poderia conflagrar, ainda mais, o cenário
político brasileiro.
Como registramos nesta quinta-feira, 28, o ministro Alexandre de Moraes,
do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de cinco dias para a
Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar sobre a resposta de Jair
Bolsonaro para a estadia de dois na embaixada da Hungria em fevereiro.
A expectativa é que Gonet se manifeste apenas na próxima segunda-feira.
"Ilógico"
Bolsonaro afirmou, em manifestação encaminhada a Moraes que não há
"razões mínimas" para se justificar um pedido de asilo político na embaixada da
Hungria após ter sido alvo de uma ação da Polícia Federal.
Bolsonaro, por meio de sua defesa, também declarou que é ilógico sugerir
que a visita à embaixada se tratasse de uma tentativa de fuga.
"Diante da ausência de preocupação com
a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário [Bolsonaro]
à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de
fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa
suposição altamente improvável e infundada", afirma a defesa do ex-presidente.
"Não há, portanto, razões mínimas e nem mesmo cenário jurídico a
justificar que se suponha algum tipo de movimento voltado a obter asilo em uma
embaixada estrangeira ou que indiquem uma intenção de evadir-se das autoridades
legais ou obstruir, de qualquer forma, a aplicação da lei penal", acrescentam
os advogados.
O Antagonista