Uma máquina de produzir cigarros,
modelo MK8 PA7, desapareceu de um galpão localizado dentro da Cidade da
Polícia, na zona norte do Rio de Janeiro. O objeto, que tem seis metros de
comprimento e pesa mais de cinco toneladas, estava guardado em um depósito de
bens apreendidos no fundo do complexo.
A Cidade da Polícia reúne 15 delegacias especializadas e lá
trabalham mais de três mil policiais.
O equipamento foi apreendido durante uma operação realizada em
julho de 2022, em uma ação do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao
Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro.
Conforme denúncia do RJ2, da TV Globo, o sumiço da máquina só foi
descoberto quatro meses depois do ocorrido, em fevereiro de 2023.
Máquina
vendida em leilão
O equipamento foi apreendido durante uma investigação contra um
grupo que mantinha 23 paraguaios e um brasileiro em situação análoga à
escravidão.
Essas pessoas eram obrigadas a trabalhar numa fábrica clandestina
de cigarros, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Elas não recebiam salário
e eram impedidas de sair do local.
Todo o material apreendido, entre eles o equipamento, usado na
fabricação dos cigarros, foi levado para ser guardado na Delegacia de Cargas,
onde ficou por sete meses. Mas por determinação da 3ª Vara do Trabalho de Caxias,
onde tramita o processo, ela foi vendida em um leilão.
Em 8 de fevereiro do ano passado, a empresa Indústria Amazônica de
Cigarros Ltda. venceu o leilão on-line e adquiriu o equipamento por R$ 550 mil.
Porém, somente no mês de junho, quando um oficial de Justiça
esteve na Cidade da Polícia, na companhia do representante da empresa vencedora
para verificar as condições do bem comprado, foi descoberto o sumiço da
máquina, já que eles não encontraram o equipamento.
Conforme a denúncia, o objeto teria sido furtado na madrugada do
dia 17 de fevereiro, uma quinta-feira véspera de Carnaval, cerca de uma semana
após o leilão.
Galpão sem monitoramento
Em novembro, a Corregedoria da Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o
furto do equipamento, ou seja, nove meses após o ocorrido.
De acordo com a TV Globo, todos os policiais que estavam de
plantão na portaria da Cidade da Polícia durante o Carnaval foram ouvidos. Mas
nenhum deles viu qualquer movimentação que pudesse explicar o desaparecimento.
A investigação acredita que o autor do furto seja alguém com
acesso ao depósito, porque o local fica trancado e poucas pessoas têm as
chaves.
Ainda segundo apuração da emissora, o depósito onde o equipamento
estava não tem câmera de segurança e, na época do furto, a portaria também
estava sem monitoramento por imagem.
Outra conclusão do inquérito é que os criminosos teriam usado um
caminhão do tipo Munck, que além da carroceria tem um equipamento parecido com
um guindaste para içar peças pesadas.
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