A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou após a notícia de
que os 261 móveis supostamente perdidos do Palácio da Alvorada, residência
oficial da Presidência, foram encontrados. Em uma nota, Michelle disse que
"durante muito tempo esse governo quis atribuir a nós o desaparecimento de
móveis do Alvorada, inclusive insinuando que eles teriam sido furtados na nossa
gestão. Na verdade, eles sempre souberam que isso era uma mentira, mas queriam
uma cortina-de-fumaça para tirar o foco da notícia de que eles gastariam o
dinheiro do povo para comprar móveis luxuosos por puro capricho e sem
licitação".
A ex-primeira-dama disse ainda que "agora que a verdade veio à tona, as
medidas judiciais serão adotadas".
A "perda" da mobília gerou uma troca de farpas entre a família do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o casal Bolsonaro. Nos primeiros
dias de governo, o chefe do Executivo reclamou de ter que ficar hospedado em um
hotel, sem poder mudar para o Alvorada porque, segundo ele, o ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL) e Michelle "levaram tudo".
Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom-PR), houve
"descaso" com a mobília, o que demandou "esforço" para localizar todos os
itens. O órgão informou que a primeira checagem dos bens ocorreu em novembro de
2022, quando foram identificados 261 itens perdidos. Já na segunda conferência,
no início de 2023, eram 83 móveis ausentes.
A última checagem dos bens foi em setembro do último ano. Nela, todos os
bens haviam sido encontrados "em dependências diversas da residência oficial.
Ou seja, houve um descaso com onde estavam esses móveis, sendo necessário um
esforço para localizá-los todos novamente".
Os itens "desaparecidos" do Alvorada justificaram compras de mais de R$
250 mil em móveis para o local, reforçando as desavenças entre as famílias de
Lula e Bolsonaro.
Ainda em janeiro de 2023, logo após a posse do petista, a primeira-dama
do Brasil, Janja Lula da Silva, denunciou janelas rachadas, sofás e tapetes
rasgados e sujos, tetos com infiltração, tábuas soltas e quebras no piso da
residência oficial.
A nota da Secom frisa que a mobília comprada para repor os itens
listados como perdidos "passou a integrar o patrimônio da União e será
utilizada pelos futuros chefes de Estado que lá residirem".
Ainda no ano passado, a ex-primeira-dama já havia negado a perda da
mobília, alegando que o móveis estariam em depósitos da Presidência. Isso é
reforçado na nota divulgada na noite desta quarta: "No início do governo
Bolsonaro, os móveis da residência oficial foram colocados nos depósitos do
próprio Alvorada para serem substituídos pelos móveis pessoais do casal – o que
não é proibido pela legislação vigente", diz o texto.
Veja a íntegra da nota divulgada por Michelle
Bolsonaro
Quanto a acusação caluniosa feita pelo
atual governo sobre o alegado "sumiço dos móveis do Palácio da Alvorada".
Em relação ao caso, a presidente do PL
Mulher, Michelle Bolsonaro sempre fez questão de ressaltar que, no início do
governo Bolsonaro, os móveis da residência oficial foram colocados nos
depósitos do próprio Alvorada para serem substituídos pelos móveis pessoais do
casal – o que não é proibido pela legislação vigente.
Em 2022, um relatório da Comissão de
Inventário Anual da Presidência da República apressou-se em apontar a falta de
261 bens móveis do Palácio da Alvorada por não terem sidos localizados nas dependências
oficiais durante a conferência por eles realizadas.
Aparentemente, a fim de criar uma
cortina-de-fumaça e procurar esconder o real motivo das acusações caluniosas –
comprar móveis luxuosos sem licitação – o governo, em várias declarações públicas,
fez questão de acusar o casal Bolsonaro insinuando que eles teriam "sumido" com
os bens materiais de natureza pública, o que foi desmentido pela própria
comissão de inventário ao refazer a conferência e constatar que os objetos
estão guardados no almoxarifado do Palácio e nas dependências da residência
oficial, sem nenhum "sumiço".
Sobre o tema, Michelle Bolsonaro, disse
que "durante muito tempo esse governo quis atribuir a nós o desaparecimento de
móveis do Alvorada, inclusive insinuando que eles teriam sido furtados na nossa
gestão. Na verdade, eles sempre souberam que isso era uma mentira, mas queriam
uma cortina-de-fumaça para tirar o foco da notícia de que eles gastariam o
dinheiro do povo para comprar móveis luxuosos por puro capricho e sem licitação.
Essa é uma técnica recorrente deles. Apesar de todo desgaste emocional que isso
me causou, eu sempre tive a certeza de que Deus traria a verdade à tona, não só
nesse caso, mas em todas as falsas acusações que essas pessoas usadas pelo mal
têm feito contra nós. Agora que a verdade veio à tona, as medidas judiciais
serão adotadas".
Como a imprensa já noticiou, o atual
governo de fato comprou, com o dinheiro do povo e sem licitação, móveis de luxo
para o Alvorada. Gastos exorbitantes de quase R$ 200 mil em apenas 6 móveis,
dinheiro que poderia ter sido utilizado, por exemplo, nos projetos sociais que
foram abandonados e tiveram seus patrocínios cortados.
Metropoles