A reunião do presidente Lula com a ministra Nísia Trindade, da Saúde,
nesta terça-feira (19), durou mais de duas horas.
Nísia chegou ao Palácio da Alvorada acompanhada de secretários da pasta,
que prestaram contas das ações do ministério nos temas mais sensíveis, como é o
caso da crise nos seis hospitais federais do Rio de Janeiro e o aumento do
número de casos de dengue no país.
Para a crise nos hospitais fluminenses, a equipe da ministra Nísia
Trindade avalia várias medidas urgentes, entre elas, o remanejamento de
profissionais de saúde e contratos emergenciais para médicos, já que existe
falta de profissionais.
Outra medida que está no radar é a publicação de decreto de calamidade,
que permitiria que contratos para aquisição de insumos e melhoria da
infraestrutura pudessem ser feitos sem licitação.
Técnicos do Ministério da Saúde apontam que, atualmente, vários
contratos são executados por integrantes de milícias do Rio de Janeiro. O
principal problema estaria no Hospital de Bonsucesso.
A crise nas unidades de saúde do Rio de Janeiro ganhou um novo capítulo
depois que o Ministério da Saúde editou portaria obrigando que as licitações
sejam feitas pela pasta e não mais diretamente pelos hospitais.
Representantes das milícias têm contratos ativos com os hospitais e não
querem perder o repasse de recursos federais.
O encontro com Lula foi marcado após Nísia Trindade ouvir cobranças do
presidente durante a reunião ministerial na segunda-feira (18). Lideranças do
Centrão e do próprio PT pressionam para que a ministra seja substituída, já que
a pasta tem um dos maiores orçamentos da União.
À noite, durante o prêmio Mulheres das Águas, a ministra da Saúde
participou da cerimônia ao lado do presidente Lula. Em conversa rápida com a
imprensa, ela disse que a reunião foi um encontro de trabalho e uma espécie de
prestação de contas.
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