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Diretor da PF admite ter detido jornalista português por posts nas redes sociais

Por Blog do Elias Hacker 19/03/2024 às 19:23:30


Nesta terça-feira (19), Rodrigo de Melo Teixeira, o diretor de Polícia Administrativa da Polícia Federal (PF), confirmou que a PF deteve Sérgio Tavares, um cidadão portuguĂȘs, no Aeroporto de Guarulhos (SP) em 25 de fevereiro, devido a suas postagens nas redes sociais. Teixeira forneceu detalhes sobre a detenção na Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado, atuando em representação do diretor-geral da PF, Andrei Augusto Passos Rodrigues.

A solicitação para uma audiĂȘncia pública (REQ 6/2024 — CSP) partiu do senador Eduardo Girão (Novo-CE). Girão declarou, em seu requerimento, que Sérgio Tavares havia chegado em Guarulhos com a intenção de cobrir protestos programados para 25 de fevereiro em São Paulo. No entanto, ele foi detido pela Polícia Federal para ser interrogado, uma ação que, nas palavras de Girão, ocorreu "sem nenhuma justificativa plausível".

O profissional da imprensa de Portugal foi questionado por um período de quatro horas, tendo que dar respostas a inquéritos acerca de suas declarações em plataformas de mídia social em relação aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), vacina e urnas eletrônicas.

Após o impacto negativo do ocorrido, a Polícia Federal chegou a afirmar que o jornalista não teria fornecido um visto de trabalho, algo que não era necessĂĄrio, conforme o site oficial do Ministério das Relações Exteriores. O jornalista, posteriormente, gravou um vídeo refutando a PF, mostrando o documento do interrogatório onde constavam questões políticas, sem qualquer menção ao visto.

Durante a audiĂȘncia, os questionamentos dos senadores ao diretor focaram na abordagem da PF ao "jornalista portuguĂȘs". Eles perguntaram se havia justificativa para a ação tomada contra o profissional estrangeiro e a origem das perguntas que foram posteriormente dirigidas e feitas ao jornalista, após sua retenção no aeroporto.

Teixeira informou aos senadores que a interação com o jornalista foi conduzida com base na legislação de controle migratório e no sistema de anĂĄlise da PF, que busca prevenir situações de restrição ou alertas relacionados a imigrantes. No caso específico do jornalista de Portugal, o diretor da PF afirmou que ele foi detido "por conta de suas manifestações que beiram um aspecto criminal ou que flertam com a criminalidade", após o sistema de anĂĄlise da PF examinar fontes abertas da internet e redes sociais de Tavares.

"Nas manifestações do Sérgio Tavares, não entramos em manifestação política, mas tĂȘm manifestações que beiram a um aspecto criminal ou que flertam com a criminalidade, como a declaração dele de ataque à honra de ministros da Suprema Corte, o que é crime, além da crítica dele à urna eletrônica em que diz que é fraudada e o apoio ao movimento golpista do dia 8 de janeiro ao se posicionar de forma favorĂĄvel à invasão de prédios públicos", explicou Teixeira.

O diretor da PF ainda reforçou que o jornalista "não foi preso e nem teve o passaporte retido", foi apenas entrevistado por questões formais e devido às "opiniões dele que flertam ou estão muito próxima da situação de criminalidade".

O oficial de polícia também mencionou a existĂȘncia de aproximadamente 143 mil alertas sobre indivíduos que poderiam ser interrogados se fossem parados pela PF. Depois da divulgação desse alerta, houve questionamentos dos senadores sobre quantos eram de direita, mas não receberam respostas devido ao carĂĄter confidencial dessas informações. Eles, então, decidiram fazer um requerimento para acessar o sistema de inteligĂȘncia da corporação. As informações são da Gazeta do Povo.

Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br

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