O senador e ex-chefe da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL), Ciro
Nogueira (PP-PI), criticou, nesta segunda-feira (18), os depoimentos dos
ex-comandantes das Forças Armadas Marco Antônio Freire Gomes e Carlos de
Almeida Baptista Júnior. Os depoimentos dos ex-chefes do Exército e da
AeronĂĄutica, respectivamente, à Polícia Federal (PF) se tornaram públicos na
última sexta (16), no âmbito da investigação sobre um suposto plano de golpe de
Estado.
Freire Gomes disse que Bolsonaro "apresentou hipóteses de utilização de
institutos jurídicos como GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de defesa e
sítio em relação ao processo eleitoral" em reuniões no PalĂĄcio da Alvorada após
o segundo turno das eleições de 2022. Segundo Baptista Júnior, em um encontro,
o então comandante do Exército prometeu prender o presidente se o plano fosse
adiante.
Para Ciro Nogueira, os depoimentos indicam conduta
criminosa.
– EstĂĄ absolutamente provado que hĂĄ um criminoso inconteste. Ou o
criminoso que cometeu prevaricação ao não denunciar ao país o golpe, ou o
caluniador que o denuncia hoje, não tendo ocorrido [o golpe] – disse o
ex-ministro na rede social X.
– Testemunham um golpe de Estado e não fizeram nada? – questionou o
senador.
Prevaricação é a omissão de um agente público diante de uma conduta
criminosa. Para especialistas ouvidos pelo Estadão, o comandante poderia dar a
voz de prisão em flagrante pelo crime de ruptura do Estado DemocrĂĄtico de
Direito.
– Borrar-se agora, porque não pode fazer as continĂȘncias que faria é uma
vergonha inominĂĄvel. Todos os militares tĂȘm o dever de honrar sua farda. Alguns
deveriam ter ainda mais compromisso em honrar seus pijamas – finalizou Ciro.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br