Os reguladores da China acusaram a Evergrande e o seu fundador de inflacionar
suas receitas em US$ 78 bilhões, colocando o caso da imobiliária como o maior
caso de fraude financeira da história do país.
A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC) impôs uma
multa de 4,175 bilhões de yuans (US$ 580 milhões) à Hengda Real Estate, a
principal unidade chinesa do grupo, informou a empresa em documentos
apresentados à Bolsa de Valores de Shenzhen na segunda-feira (19).
Xu Jiayin, fundador e presidente do Grupo Evergrande, foi multado em 47
milhões de yuans (US$ 6,5 milhões) pela fraude e outras supostas violações.
Anteriormente o homem mais rico da China, Xu também foi banido dos
mercados de valores mobiliários para sempre.
As descobertas foram reveladas após uma investigação de oito meses pelo
CSRC.
Em 2023, a investigação já havia entrado na rota das negociações de
reestruturação da dívida da Evergrande com seus detentores de títulos
estrangeiros, porque a empresa não pôde emitir novas notas, de acordo com um
comunicado da empresa divulgado em setembro.
Dias depois, a Evergrande disse que o seu presidente foi detido pelas
autoridades chinesas sob suspeita de "crimes". Em janeiro de 2024, um tribunal
de Hong Kong ordenou a liquidação da imobiliária.
No documento de segunda-feira, a Hengda disse que a CSRC acusou a
empresa de várias violações, incluindo inflar as vendas nos seus relatórios
financeiros, basear-se nestes números alegadamente falsificados para vender
títulos e não divulgar informações relevantes conforme necessário.
O regulador disse que a Hengda fabricou 214 bilhões de yuans (US$ 30
bilhões) em vendas em 2019, o que representou metade da receita daquele ano.
Outros 350 bilhões de yuans (US$ 48,6 bilhões) em vendas em 2020,
representando 78% da receita, também foram falsificados.
Como resultado, o lucro líquido de 2019 foi inflacionado em 63% e o
lucro líquido de 2020 em 87%, afirmou.
A alegada fraude, no valor total de 564,1 bilhões de yuans (US$ 78
bilhões) ao longo de dois anos, é o maior caso de fraude financeira da história
dos mercados de valores mobiliários da China continental, de acordo com
declarações regulamentares anteriores e relatórios da mídia estatal.
Além das penalidades impostas a Hengda e Xu, seis outros executivos
foram multados pela CSRC por serem "diretamente responsáveis".
Assim como Xu, Xia Haijun, ex-vice-presidente e CEO do Grupo Evergrande,
foi banido dos mercados de valores mobiliários do país.
"Xu Jiayin tomou decisões, organizou e implementou a fraude financeira.
Xia Haijun organizou e preparou os relatórios financeiros falsificados. Os seus
meios eram muito maus e as circunstâncias eram graves", disse o regulador.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br