Em texto opinativo publicado nesta segunda-feira (18), o jornal O Estado de São
Paulo observou que o governo Lula (PT) tem "minimizado" a "notável corrosão na
popularidade" do chefe do Executivo e está "convicto de que os números da
popularidade não representam a realidade do governo". O periódico aponta que o
ministro da Casa Civil, Rui Costa, prefere acreditar que é um mero problema de
comunicação com o povo, e analisa que "questão de fé, por definição, não se
discute".
– Segundo a parolagem petista, o atual mandato do demiurgo só tem
produzido boas notícias; o problema estaria na percepção popular, ruim porque o
governo não conseguiu fazer suas "informações corretas" chegarem às redes. Em
outras palavras, a piora não teria se dado em razão dos fatos – diz o texto.
O jornal, contudo, destaca que a equipe de comunicação atua em "última
instância" como mediação com os cidadãos, e que não há "estratégia genial o
suficiente para consertar o defeito de origem". Isso é, o fato de que "Lula
fala e faz o que quer, como quer e para quem quer".
– Ao aderir à tese, o ministro reforça a máxima segundo a qual a
comunicação é o "mordomo" das crises dos governos, isto é, aquele sobre o qual
habitualmente recai a culpa, ainda que seja necessário reconhecer as
deficiências da comunicação lulopetista, em que imperam a falta de conhecimento
sobre as exigências do ambiente digital, as falhas improvisadas ou bem pensadas
do grande líder e a pajelança palaciana, incapaz de achar uma voz crítica que
dissuada, divirja, aponte ao presidente as armadilhas das bombas que solta. Ao
contrário, não falta quem surja para dobrar a aposta e justificar as lambanças
do companheiro-em-chefe, como ocorreu no trágico episódio da comparação do
conflito de Israel com o Hamas ao Holocausto – pontua.
O Estadão termina frisando que um bom marketing político, bons canais ou
qualquer outra artimanha não serão capazes de substituir o que apenas um "bom
produto pode suprir".
– O governo Lula tem se mostrado um produto que passou do prazo de
validade, concebido para as afinidades tribais, não para um país complexo e uma
população diversa e com expectativas de mudança real em suas condições de vida
(Â…), o que Lula, ocupado demais consigo mesmo e com seus devaneios, parece
desconhecer. O ministro pode não enxergar, mas o culpado pelos problemas de
comunicação está no gabinete presidencial, a poucos metros do seu – assinala o
periódico.
Créditos: agoranoticiasbrasil.com.br