A líder nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que também é deputada pelo Paraná,
alegou neste domingo, dia 17, que o ex-presidente Jair Bolsonaro, agora membro
do PL, está "chantageando" potenciais candidatos a presidência da Câmara. Ele
supostamente está pressionando por aprovação de um projeto de lei que lhe
concede anistia. Bolsonaro, o ex-chefe de estado, é o foco da Operação Tempus
Veritatis, que está investigando alegações de uma tentativa de golpe de Estado
com o objetivo de mantê-lo no poder. A eleição para decidir quem vai substituir
Arthur Lira, do PP-Alagoas, como líder da Câmara, está prevista para acontecer
em fevereiro de 2025.
"O cara que diz não ter medo de ser preso só pensa em ser anistiado! É
estarrecedora a notícia de que Jair Bolsonaro está chantageando os candidatos à
presidência da Câmara, com a exigência de apoio prévio a uma anistia pelos
crimes que cometeu. O bolsonarismo, a extrema-direita e os golpistas continuam
ameaçando o país e envenenando a democracia. Precisam ser contidos e punidos
enquanto é tempo", disse a parlamentar em publicação no X.
Em um protesto no dia 25 de fevereiro, Bolsonaro expressou seu apoio à
aprovação de um projeto de anistia para aqueles que foram presos por ações
cometidas em 8 de janeiro de 2023.
"O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É
buscar uma maneira de nós vivermos em paz. É não continuarmos sobressaltados. É
por parte do parlamento brasileiro, Nikolas, Gayer, Zucco, Feliciano, meus
colegas aqui do lado, é uma anistia para aqueles pobres coitados que estão
presos em Brasília. Nós não queremos que seus filhos sejam órfãos de pais vivos",
disse o ex-presidente na ocasião.
Existem atualmente cinco propostas relacionadas ao tema sendo discutidas
na Câmara e mais duas em análise em comissões no Senado. Se algum desses
projetos for aprovado, ainda pode haver uma judicialização no Supremo Tribunal
Federal (STF). Bolsonaro já declarou que a decisão sobre uma possível anistia
cabe ao Congresso, mas destacou que a iniciativa deveria vir do Executivo.
Ele enfatizou sua visão de que é "difícil" que o governo intervenha em
favor dos acusados do dia 8 de janeiro. "Isso [a anistia] tem que vir mais do
lado de lá. Eu sei que o parlamento é um ente que decide essa questão. Mas,
partindo do Executivo, seria muito bem-vindo. Acho difícil", declarou o
ex-presidente em uma entrevista concedida ao programa Oeste Sem Filtro, da
Revista Oeste, em 27 de fevereiro.
"O golpe não foi consumado, mas isso não inocenta seus mentores,
financiadores e muito menos seu chefe, porque o crime está comprovado. Por isso
eles falam em anistia, sujando em sua boca uma palavra de tanto significado na
história das lutas democráticas", disse Gleisi nas redes sociais.
As informações são da Gazeta do Povo.