Por Marcos Ferrari.
Vive-se hoje em uma era de transformações significativas impulsionadas pela revolução digital. A inteligência artificial (IA), com sua capacidade de aprender, raciocinar e resolver problemas, está se tornando cada vez mais proeminente no mercado de trabalho.
Segundo um relatório recente do Fundo Monetário Internacional (FMI), cerca de 40% dos empregos no Brasil estarão expostos às novas tecnologias de IA nos próximos anos. Este dado é um alerta para a necessidade urgente de fortalecer a conectividade e desenvolver habilidades digitais em nosso país.
A IA e outras tecnologias digitais estão redefinindo as dinâmicas de emprego, tornando a conectividade uma exigência essencial. Empregos cada vez mais conectados demandam uma infraestrutura de telecomunicações elaborada e robusta.
É essencial ações e políticas públicas para destinar recursos para levar a conectividade a regiões remotas e menos desenvolvidas.
A consequência óbvia é de que, para nos adaptarmos a essa nova realidade, precisamos investir ainda mais em redes confiáveis e de alta velocidade de forma a suportar o crescente volume de tráfego de dados e uma variedade sem precedentes de aplicações de IA.
Além disso, a conectividade está alimentando outras tendências emergentes – ou até já consagradas – no mercado de trabalho. São os casos do aumento do trabalho remoto, do nomadismo digital e da flexibilidade. Essas transformações, que eram inimagináveis há alguns anos, são agora extensamente adotadas graças à capacidade de operar de qualquer lugar e a qualquer momento, proporcionada pela conectividade.
Portanto, torna-se ainda mais evidente que o investimento contínuo na melhoria e expansão da infraestrutura de telecomunicações é essencial para acompanhar essas mudanças e garantir que cidadãos de todas as regiões do Brasil possam se beneficiar delas.
O setor de telecomunicações tem desempenhado um papel crucial na construção dessa infraestrutura. Desde a privatização, já foram investidos mais de R$ 1 trilhão para garantir a conectividade em todo o Brasil. Este compromisso, que se traduz em aproximadamente R$ 40 bilhões por ano, reflete a compreensão do setor sobre a sua responsabilidade na viabilização do futuro digital do país.
Como mencionado, a expansão da conectividade não deve ser apenas um esforço para aumentar a capacidade de rede nas áreas já atendidas. A realidade atual mostra que muitos recursos são gastos para atender à crescente demanda do uso de aplicações intensivas em dados por parte das big techs nos grandes centros urbanos.
Contudo, é fundamental finalmente entender que a inclusão digital – hoje quase sinônimo de inclusão social – deve ser uma verdadeira prioridade no Brasil.
Nesse sentido, é essencial ações e políticas públicas para destinar recursos para levar a conectividade a regiões remotas e menos desenvolvidas, garantindo que todas as pessoas tenham acesso aos benefícios das novas tecnologias.
Afinal, a conectividade não é apenas sobre ter acesso à internet; é sobre ter acesso à educação, saúde e oportunidades de emprego. Portanto, ao planejar o futuro digital do Brasil, devemos garantir que ninguém seja deixado para trás, sobretudo os menos favorecidos.
- Fique por dentro: Edge Computing: qual o futuro da conectividade?
É cada vez mais correto afirmar que a IA e a conectividade estão moldando o futuro do mercado de trabalho. A transição para este novo cenário exige investimentos substanciais em infraestrutura, o desenvolvimento de habilidades digitais e um ambiente equitativo para todas as partes envolvidas. Apenas assim poderemos garantir que estamos prontos para a nova era e aproveitar ao máximo as oportunidades que ela oferece.
Tecmundo