Nesta segunda-feira (11), os senadores Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e
Humberto Costa (PT-PE) anunciaram que têm a intenção de retomar as
investigações da Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) da Covid-19.
Segundo eles, o ex-procurador-geral da República, Augusto Aras, teve uma
"omissão deliberada" nas investigações do caso.
Os senadores anunciaram durante um seminário voltado à construção do
Memorial da Pandemia de Covid-19, localizado no Palácio Itamaraty, em Brasília.
Sua intenção é se encontrar com Paulo Gonet, o recém-nomeado procurador-geral
da República, nesta semana. O objetivo do encontro é entregar, mais uma vez, o
relatório final da CPI e insistir na continuação das investigações.
"A direção anterior da
Procuradoria-Geral da República (PGR) deliberadamente se omitiu e prevaricou.
Isso consta porque não houve uma análise pormenorizada do conteúdo todo do
relatório [da CPI da Covid]. Havia uma intenção no arquivamento. Os fatos que se
seguiram das investigações da Polícia Federal e do próprio Tribunal de Contas
da União (TCU) mostram a responsabilidade do Estado brasileiro nos crimes que
foram cometidos e a necessidade de reabrir e instaurar essas investigações",
afirmou o senador Randolfe.
Segundo o chefe do governo, é essencial continuar com as investigações
do suposto "gabinete paralelo", a propagação de fake news e a negligência dos
servidores públicos. "Medidas preventivas não foram adotadas, como o uso de
máscara, isolamento social, atraso na compra de vacinas e o uso de medicamentos
sem eficácia comprovada", afirma o parlamentar.
O senador Humberto Costa comunicou que existem "acenos positivos" do
atual PGR, sugerindo a chance de reativação da CPI. Ele afirmou: "Já estamos
dando um importante voto de confiança à PGR neste momento, porque aquelas ações
que não foram arquivadas estão tendo continuidade e eu acredito que teremos,
muito em breve, alguma denúncia também ao Supremo Tribunal Federal (STF)",
declarou.
Durante o mesmo evento que contou com a presença de senadores,
Swedenberger Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Saúde, lançou
acusações contra a administração Bolsonaro sobre sua gestão durante a pandemia.
Ele caracterizou como "criminoso" e afirmou que o governo "se voltou contra à
ciência". Além disso, mencionou que a "omissão" resultou nas mortes causadas
pelo novo coronavírus no país.
As informações são da Gazeta do Povo.