Em meio ao julgamento de cassação de mandato do senador Sergio Moro (União
Brasil – PR), a deputada federal Rosângela Moro, também do União Brasil,
decidiu mudar o domicílio eleitoral de São Paulo para o Paraná. A troca consta
no banco de dados do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
Agora, ela passa a ser uma opção de candidatura em uma eleição suplementar
ao Senado pelo partido caso o marido dela tenha o mandato cassado. Outros
políticos estão de olho nessa possível corrida eleitoral, como a deputada
federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
O julgamento do TRE-PR que definirá o destino político de Moro está
marcado para 1º de abril. O ex-juiz da operação Lava Jato é alvo de ações
protocoladas na Justiça Eleitoral pelo PT e pelo PL. Os dois partidos o acusam
de abuso de poder econômico por supostos gastos irregulares na pré-campanha de
2022.
O processo gira em torno de sua movimentação eleitoral para as eleições
de 2022. Em novembro do ano anterior, ele se filiou ao Podemos e realizou atos
sinalizando sua pré-candidatura à Presidência da República. Em seguida, saiu do
partido, se filiou ao União Brasil e passou a fazer campanha ao Senado.
A acusação aponta que houve "desvantagem ilícita" aos outros candidatos
ao cargo de senador pelos "altos investimentos financeiros" feitos antes de
Moro se candidatar ao Senado. As ações citam gastos de aproximadamente R$ 2
milhões com o evento de filiação de Moro ao Podemos e com a contratação de
produção de vídeos e consultorias.
No parecer também estão listadas, entre outras coisas, despesas com
viagens, coletivas de imprensa, assessoria de comunicação, serviços de
advocacia e locação de veículos.
Em dezembro de 2023, Moro prestou depoimento ao TRE-PR e negou ter tido
qualquer vantagem eleitoral ou provocado desequilíbrio eleitoral causado por
sua pré-campanha ao cargo de presidente da República. Ele afirmou ainda que
todos os gastos da campanha foram legais e declarados à Justiça Eleitoral.
Na mesma época, o Ministério Público Eleitoral (MPE) do Paraná defendeu
a cassação do mandato de Moro como senador. Os procuradores concluíram que
houve uso "excessivo de recursos financeiros" no período que antecedeu a
campanha eleitoral oficial.
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