Prestes a completar dez anos, no próximo 17/3, a Operação Lava Jato segue
colhendo derrotas no STF. Nas mais recentes, entre a terça-feira (5/3) e essa
quinta (7/3), o ministro Dias Toffoli anulou todas as decisões do ex-juiz
federal Sergio Moro e ações da antiga força-tarefa da Lava Jato contra 23 alvos
de processos e investigações relacionadas à operação.
Os beneficiados pelas decisões de Toffoli haviam sido atingidos pelas
operações Integração, Quadro Negro e Piloto, que apuravam suspeitas de
corrupção envolvendo o ex-governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB. Em
dezembro, o tucano já havia tido uma decisão favorável de Dias Toffoli com a
anulação de processos contra si.
Toffoli considerou ter havido, nos casos envolvendo Richa, manipulações,
atuação ilegal e "conluio" entre Justiça e MPF. As anulações incluíram a fase
"pré-processual", ou seja, de investigações.
Desde então, como mostrou a coluna, uma série de pedidos de extensão
acabou por criar uma verdadeira fila de investigados nos mesmos casos, todos
interessados no mesmo entendimento conferido por Toffoli a Beto Richa.
O ministro começou a despachar cada petição, individualmente, na terça e
na quinta. Em todos elas, assim como a Richa, declarou "nulidade absoluta" de
todos os atos de Moro e da antiga força-tarefa da Lava Jato contra os alvos das
apurações.
Entre os beneficiados com anulação das decisões de Moro e das
investigações do MPF estão a mulher de Richa, Fernanda Vieira Richa, e o filho
do casal, André Vieira Richa. As ações envolvendo Fernanda e André foram
trancadas por Toffoli.
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