Maria Corina Machado, líder opositora venezuelana, não poupou críticas às declarações do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre sua inabilitação para as eleições presidenciais na Venezuela. As eleições estão marcadas para 28 de julho, coincidindo com o aniversário do ex-ditador Hugo Chávez, falecido em 2013. (Veja a publicação de Maria Corina no final da matéria).
Recusando-se a participar da consulta iniciada pelo Parlamento para agendar o pleito, Machado classificou-a como uma "manobra" para uma "via eleitoral fraudulenta". Em uma publicação nas redes sociais, ela republicou uma postagem no antigo Twitter, acusando Lula de "validar os abusos" do regime de Nicolás Maduro. A líder opositora afirmou que Maduro teme enfrentá-la nas urnas.
"Chorando, presidente Lula? Está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece. Estou lutando para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas Primárias [da oposição] e os milhões que têm o direito de fazê-lo em eleições presidenciais livres, onde derrotarei [o ditador] Maduro", escreveu Machado em sua conta oficial no antigo Twitter.
"Você está validando os abusos de um autocrata que viola a Constituição e o Acordo de Barbados que você diz apoiar.A única verdade é que Maduro tem medo de me enfrentar porque sabe que o povo venezuelano está hoje na rua comigo", acrescentou.
As declarações de Machado vieram após Lula mencionar que, ao ser "impedido" de concorrer nas eleições presidenciais de 2018, não ficou "chorando" e indicou outro candidato. A inabilitação política de Machado foi criticada por organizações de direitos humanos e países, incluindo os EUA.
Vitoriosa nas primárias da oposição em outubro, com quase 90% dos votos, ou mais de 2 milhões de eleitores, Machado foi classificada como inelegível pela Suprema Corte venezuelana em janeiro, num processo denunciado por órgãos internacionais por evidentes irregularidades.
Fonte: Gazeta Brasil