Em uma medida para preservar os reservatórios no Sudeste e no Centro-Oeste, o
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) vai autorizar a redução das
vazões nas usinas hidrelétricas de Jupiá e Porto Primavera, no rio Paraná.
A iniciativa foi proposta pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre
Silveira, que está preocupado com a situação dos reservatórios para enfrentar o
período de seca.
Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicam que a
temporada de chuvas neste ano tem sido crítica no subsistema Sudeste/Centro-Oeste,
que é considerada a principal "caixa d"água" do país, com 70% da capacidade
total de acumulação dos reservatórios.
O problema é que isso ocorre em meio à alta demanda por energia nos
últimos meses, como consequência do reaquecimento da economia como um todo. Por
enquanto, a situação não é tida como alarmante, mas o governo quer evitar
surpresas negativas no segundo semestre — a estiagem no Sudeste/Centro-Oeste
costuma ir de maio até novembro.
No mês passado, choveu apenas 69% da média histórica para o período. Com
isso, os reservatórios das hidrelétricas no subsistema Sudeste/Centro-Oeste
terminaram fevereiro com 64,5% de sua capacidade máxima.
Está longe de ser um número preocupante, mas é quase 13 pontos
percentuais abaixo do volume útil registrado em igual período de 2023.
A redução das vazões (saída de água dos reservatórios) deverá garantir,
até agosto deste ano, um armazenamento 11 pontos percentuais na bacia do Paraná
acima do projetado sem a medida. No Sudeste/Centro-Oeste como um todo, incluindo
outras bacias hidrográficas, o potencial de economia é de sete pontos
percentuais.
Silveira determinou aos secretários do ministério e ao ONS que adotem
medidas para preservar a água nos reservatórios de cabeceira, em articulação
com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e com o Ibama,
garantindo a segurança energética e compatibilizando os demais usos dos
reservatórios.
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