São Paulo, 05 de março de 2024 – No Brasil, 13 milhões de pessoas convivem com algum tipo doença rara[1] (patologias que afetam até 65 pessoas a cada 100 mil indivíduos[2]). A singularidade não estĂĄ apenas no tipo de doença, mas na luta diĂĄria por acesso a diagnósticos precisos, tratamentos e manutenção de qualidade de vida. É o caso da Atrofia Muscular Espinhal (AME), uma doença neurodegenerativa que afeta pessoas de todas as idades[3]. Embora haja tecnologias para controle de sua progressão, a desinformação e dificuldade de acesso a diagnóstico e tratamento ainda são barreiras em todo o país[4].
A AME é uma doença genética de diferentes manifestações clínicas. A patologia caracteriza-se pela morte de neurônios motores responsĂĄveis por movimentos voluntĂĄrios e involuntĂĄrios, como andar, mastigar e respirar. Embora mais frequente e severa em bebĂȘs, os sintomas de AME podem surgir em qualquer momento da vida[3]. Estima-se que 35% dos pacientes sejam jovens e adultos[5].
Quando ocorrida nessas fases, apresenta progressivo comprometimento de autonomia e habilidades motoras. Os sintomas manifestam por meio de fraquezas musculares que podem evoluir para perda de reflexos, incapacidade de locomoção e dificuldades ortopédicas, como a escoliose[6].
"A falta de conhecimento é o principal desafio para a pessoa com AME. Os sintomas iniciais são muito parecidos com uma série de outras patologias. Por isso, a importância de considerar AME de início tardio nas hipóteses diagnósticas. Para o paciente que estĂĄ em contínua perda de função motora, cada dia é fundamental. Estamos falando sobre a autonomia para caminhar, vestir sua roupa, escovar os dentes, lavar os cabelos. Hoje, temos tratamento que pode estabilizar a doença e evitar a perda de habilidades sutis e cotidianas. São conquistas que fazem toda a diferença na qualidade de vida do paciente", avalia a médica Tatiana Branco, diretora médica da Biogen e especialista em epidemiologia e gestão da saúde.
Diagnóstico
O diagnóstico de atrofia muscular espinhal ocorre por meio de avaliação clínica – que afere as capacidades motoras mais altas alcançadas pelo paciente, caraterísticas e progressão dos sintomas e histórico familiar – e testes genéticos moleculares que avaliam a presença dos genes responsĂĄveis pela síntese da proteína de sobrevivĂȘncia do neurônio motor[7].
Dentre os desafios da identificação precoce estĂĄ o desconhecimento da doença. Os sintomas iniciais costumam ser fraqueza muscular progressiva, podendo estar associado a presença de atrofia muscular, arreflexia, fadiga, fasciculações (contração muscular pequena, momentânea e involuntĂĄria)[6]. Além de haver outras patologias com sintomas semelhantes, características como fadiga e fasciculação podem ser confundidas com manifestações ligadas à estresse e ansiedade[8] – gerando maior tempo para o paciente buscar um diagnóstico específico. Tatiana Branco defende que diante de quadro de fraqueza muscular progressiva, deve-se procurar atendimento especializado.
No processo de identificação diagnóstica de AME, é comum o profissional especialidade investigar diagnósticos diferenciais como doenças do músculo esquelético (como as miopatias inflamatórias, distrofias musculares, miopatias metabólicas hereditĂĄrias), doenças da junção neuromuscular (miastenia grave), Síndrome de Eaton-Lambert e outras doenças no neurônio motor, como Esclerose Lateral Amiotrófica.
Tratamento
O primeiro medicamento para Atrofia Muscular Espinhal foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022[9]. Ele tem por característica a estabilização da doença, melhora nas funções motoras, redução da fadiga, e aumento qualidade de vida. "Esse foi um marco muito importante para o paciente de AME, familiares e profissionais de saúde. Nosso desafio agora, enquanto comunidade médica, é possibilitar que a terapia esteja disponível além dos grandes centros e regiões metropolitanas. Essa capilarização é de extrema importância para o acesso e adesão ao tratamento. Estamos falando de um país continental onde, por vezes, um paciente estĂĄ a 200, 500 quilômetros de um centro médico especializado", pondera Tatiana.
A administração do medicamento ocorre em unidades médicas especializadas, sendo as quatro primeiras doses em intervalos de 14 dias. E as seguintes em periodicidade quadrimestral[10].
O tratamento não medicamentoso abrange cuidados multidisciplinares em âmbitos nutricionais, respiratórios e ortopédicos[7].
Tipos de AME[7]
A Atrofia Muscular Espinhal pode receber distintas classificações clínicas, de acordo com a idade de início dos sintomas e mĂĄxima função motora adquirida.
A AME tipo I tem início antes do sexto mĂȘs de idade. Considerada o subtipo mais severo, representa 58% dos casos. A AME tipo II apresenta manifestações iniciais entre seis e 18 meses de idade. Pacientes dessa estratificação, comumente, não ficam em pé de maneira independente, enunciam ausĂȘncia de reflexos, escoliose e dificuldade de deglutição.
Os tipos III e IV de AME caracterizam-se início dos sintomas após 18 meses de idade, por vezes, na segunda ou terceira década de vida. Apresentam maior sobrevida e desenvolvimento motor.
Sobre a Biogen
Fundada em 1978, a Biogen é uma empresa líder em biotecnologia, pioneira em ciĂȘncia inovadora para fornecer novos medicamentos que transformam a vida dos pacientes e criam valor para acionistas e nossas comunidades. Aplicamos uma profunda compreensão da biologia humana e promovemos diferentes modalidades para aprimorar tratamentos ou terapias de primeira classe que propiciam resultados superiores. Nossa abordagem se direciona a assumir riscos ousados, equilibrados com o retorno de investimento objetivando prover crescimento a longo prazo.
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