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Lula anuncia projetos de infraestrutura para fortalecer vínculos com o Caribe

Por Blog do Elias Hacker 01/03/2024 às 10:57:03

(Reuters) – O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira(28/02) aos países caribenhos investimentos em estradas que ligam o Brasil às Guianas, Venezuela e Suriname, um aporte para o Banco de Desenvolvimento do Caribe e a retomada das representações diplomĂĄticas brasileiras na região.

"Nosso maior obstĂĄculo é a falta de conexões, seja por terra, por mar ou pelo ar. Uma das rotas de integração e desenvolvimento prioritĂĄrias para meu governo é a do Escudo Guianense, que abrange a Guiana, o Suriname e a Venezuela. Queremos, literalmente, pavimentar nosso caminho até o Caribe. Abriremos corredores capazes de suprir as demandas de abastecimento e fortalecer a segurança alimentar da região", afirmou o presidente no encerramento da Cúpula da Comunidade do Caribe (Caricom), da qual participou como convidado.

Apesar da proximidade geogrĂĄfica, o Brasil tem poucas rotas por terra para os trĂȘs países e, atualmente, não tem ligações diretas por ar, apenas via PanamĂĄ ou Estados Unidos.

Lula também anunciou um aporte para o Banco de Desenvolvimento do Caribe, a ser feito até o final deste ano, mas sem detalhar valores, e a volta das representações diplomĂĄticas brasileiras na região.

Durante seus dois primeiros mandatos, o governo brasileiro aumentou consideravelmente o número de embaixadas, especialmente na África e na América Latina e Caribe. Lula lembrou que o Brasil chegou a ter embaixadas em todos os países da Caricom. Nos governos subsequentes, no entanto, vĂĄrias foram fechadas.

"Queremos restabelecer nossa presença diplomĂĄtica em todos os países da Caricom. Estamos reabrindo nossa missão junto a São Vicente e Granadinas", afirmou.

O presidente citou ainda a necessidade de atenção especial ao Haiti. País mais pobre país das Américas, a ilha caribenha entrou novamente em uma crise de violĂȘncia e miséria, poucos anos depois da força de paz da Organização das Nações Unidas, comandada pelo Brasil, ter deixado o país.

"No Haiti, precisamos agir com rapidez para aliviar o sofrimento de uma população dilacerada pela tragédia. Infelizmente, a comunidade internacional não deu ouvidos quando o Brasil alertou que o esforço de estabilização só seria sustentĂĄvel com apoio maciço ao desenvolvimento e ao fortalecimento institucional do país", afirmou.

O governo brasileiro, disse Lula, irĂĄ investir 17 milhões de dólares em um centro de formação profissional para jovens no sul do país, além de dar treinamento para forças de segurança.

O governo norte-americano vem tentando organizar uma nova força de paz para o Haiti, e pediu novamente que o Brasil a comandasse, mas o governo Lula rejeitou. Em entrevista à Reuters, no ano passado, o assessor especial Celso Amorim afirmou que o Brasil não teve apoio para políticas de desenvolvimento que julgava essenciais para que o país não caísse de novo na violĂȘncia, e por isso não iria de novo assumir essa responsabilidade.

Os Estados Unidos conseguiram, em negociações na ONU, reunir uma força que serĂĄ comandada pelo QuĂȘnia, mas que ainda não entrou em ação. O Brasil se prontificou a ajudar com treinamento e com tecnologias de programas sociais.


Fonte: (Reportagem de Lisandra Paraguassu, em BrasĂ­lia)

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