Adauto Lucio Mesquita (foto em destaque), investigado por financiar o
acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, é um
dos alvos de prisão preventiva da operação deflagrada pela Polícia Federal
nesta quinta-feira (29/2).
Mesquita é empresário do ramo atacadista no Distrito Federal. Ele é
sócio da empresa Melhor Atacadista, ao lado de Joveci Xavier de Andrade, que
também acabou preso na operação.
No fim de 2022, ele financiou o acampamento e postou vídeos
convocando pessoas ao movimento que pedia um golpe militar, segundo um
relatório da Polícia Civil encaminhado à CPI.
Conforme revelado pelo Metrópoles no ano passado, o atacadista também
teria doado R$ 10 mil para financiar a campanha de Jair Bolsonaro (PL) durante
as últimas eleições.
A polícia apontou "indícios suficientes" de que Adauto Lucio Mesquita
financiou os atos de 08/01 desde o começo, quando Bolsonaro foi derrotado por
Lula nas urnas em 30 de outubro de 2022. O delegado à frente do caso ressaltou
que a manifestação resultou em pelo menos três eventos graves contra à
democracia.
O primeiro foi em 12 de dezembro, quando bolsonaristas tentaram invadir
a sede da PF e incendiaram ônibus no centro da capital federal. O seguinte, uma
tentativa de atentado a bomba perto do aeroporto de Brasília em 24 de dezembro.
O terceiro aconteceu com os atos terroristas de 8 de janeiro, quando as
sedes dos Três Poderes foram saqueadas.
Adauto Lucio Mesquita foi preso na Operação Lesa
Pátria
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira, a 25ª fase da
Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que financiaram e
fomentaram os atos de 8 de Janeiro, em Brasília.
Entre os alvos de mandado de prisão, estão Adauto Lucio de Mesquita e
Joveci Xavier de Andrade. Os dois atacadistas são acusados de financiar o
acampamento em frente do QG do Exército.
Ao todo, são cumpridos 34 mandados judiciais, sendo 24 de busca e apreensão,
três de prisão preventiva e sete de monitoramento eletrônico, todos expedidos
pelo Supremo Tribunal Federal.
As ações ocorrem nas seguintes unidades da Federação: Rio Grande do Sul,
Minas Gerais, Tocantins, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo
e Distrito Federal.
Além disso, foi determinada a indisponibilidade de bens, ativos e
valores dos investigados. Apura-se que a quantia dos danos causados durante a
invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal
Federal possa chegar à cifra de R$ 40 milhões.
Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Defesa diz querer "esclarecer todos os fatos"
Em nota, a defesa de Adauto Lúcio Mesquita e de Joveci Andrade afirma
não ter tido acesso à decisão que levou às prisões. "Ressalta-se que, desde o
início, houve esforços para esclarecer todos os fatos, compromisso que será
mantido perante o Supremo Tribunal Federal", acrescentou.
"A realização de apurações pelo Estado
é considerada válida, e os investigados veem agora a oportunidade de elucidar
completamente as questões em aberto. Eles reiteram seu compromisso com a
democracia, o Estado de Direito, o respeito às Instituições, ao processo
eleitoral, ao Ministério Público e ao Judiciário, com especial ênfase na sua
instância máxima, o Supremo Tribunal Federal", disse a defesa.
O comunicado acrescenta, ainda, que o grupo ao qual Joveci e Adauto são
acionistas "é contra o vandalismo e a intolerância política, e acredita que a
democracia é feita com pensamentos diferentes, mas jamais com violência. A
diretoria do Grupo respeita as Instituições brasileiras, a democracia e o
Estado de Direito".
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br