O projeto de lei para taxar as grandes empresas de tecnologia, as
"big techs", foi anunciado nesta terça-feira (27) pelo Ministro das
Comunicações, Juscelino Filho. A ideia por trĂĄs da proposta é coletar fundos
para fornecer acesso à internet em ĂĄreas necessitadas ou sem cobertura.
"Meta", "Alphabet", "Microsoft", "Amazon", "Apple" e "Netflix",
empresas que são responsĂĄveis por mais da metade do trĂĄfego de dados na
internet no Brasil, estão sob a mira da taxação.
Ainda em fase de anĂĄlise e consulta, o plano é apresentar o
projeto ao Congresso até o término do primeiro semestre deste ano. Segundo o
ministro, a questão da taxação das "big techs" serĂĄ discutida separadamente das
questões relacionadas à regulamentação das redes sociais e à integridade da
informação, que jĂĄ estão sendo debatidas no Congresso.
"Alguns cobram taxas de serviços digitais, mas hĂĄ também outros
modelos. Neste momento, estamos colhendo informações, conversando com as
operadoras e dando oportunidade de ouvir as grandes plataformas", disse o
ministro em entrevista ao Estadão publicada nesta quarta (28).
Juscelino Filho estĂĄ presente na Mobile World Congress, em
Barcelona, onde informa às principais empresas de tecnologia que a expansão da
internet no Brasil também irĂĄ beneficiĂĄ-las, ao alcançar novos consumidores. O
ministro enfatizou que o objetivo é canalizar os recursos para a infraestrutura
de telecomunicações e assegurar o acesso à internet para a comunidade mais
necessitada.
"Estamos moldando a forma de fazer isso. O
objetivo é avançar em novas políticas de inclusão social para aqueles
brasileiros que não tĂȘm cobertura por falta de infraestrutura. E também olhar
para brasileiros de baixa renda que tĂȘm dificuldade de acesso à internet e aos
pacotes de dados", afirmou.
Juscelino Filho descartou a possibilidade das empresas
transferirem os custos da taxação para os consumidores, apesar das preocupações
nesse sentido. Ele argumentou que as big techs jĂĄ possuem lucros bastante
significativos. "É um volume de receita muito significativo. Vamos tentar
trazer as empresas para dentro da proposta que iremos construir, mostrando que
a ideia é que os investimentos fiquem em infraestrutura de telecomunicações",
pontuou.
Ele não forneceu uma estimativa para o valor da arrecadação, enfatizando
que isso serĂĄ determinado pela proposta de taxação a ser apresentada. A meta é
elaborar uma proposta que seja ao mesmo tempo equilibrada e eficaz,
contribuindo para a evolução da infraestrutura de telecomunicações e para a
democratização do acesso à internet no país.
Fonte: As informações são da Gazeta do Povo.